O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu, nesta terça-feira (11), as previsões de crescimento da China para este ano e para o próximo, devido a uma crise imobiliária sem precedentes e às restrições de saúde que atingiram a atividade.

Este ano, o Produto Interno Bruto (PIB) da segunda economia mundial crescerá apenas 3,2% após atingir 8,1% em 2021, conforme previsões do Fundo.

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Este seria o crescimento mais fraco da China em mais de quatro décadas (excluindo-se o período da pandemia) e ainda menor do que o cálculo do FMI em julho (3,3%). Esse percentual também está bem abaixo da meta de “cerca de 5,5%” estabelecida por Pequim para este ano, o que muitos economistas consideram pouco realista.

Segundo o FMI, o PIB da China deve crescer 4,4% no próximo ano, 0,2 ponto percentual abaixo das estimativas de julho.

“O crescimento na China enfraqueceu consideravelmente desde o início de 2022”, em particular desde o confinamento de dois meses na capital econômica, Xangai, na primavera (outono no Brasil), observa o FMI.

Além disso, o país atravessa uma crise imobiliária sem precedentes, que “historicamente tem sido um motor de crescimento” na China, afirma a instituição.

Este setor, que junto com o da construção civil representa mais de 25% do PIB do país, viu-se particularmente afetado desde que Pequim adotou medidas, em 2020, para reduzir o endividamento. Após anos de aumentos vertiginosos, as vendas de bens imobiliários caíram em muitas cidades.

“Um agravamento da crise imobiliária pode ter consequências para o setor bancário”, o que influenciaria o crescimento do país, adverte o FMI, sem descartar repercussões também em nível internacional.

A China deve divulgar os números de crescimento do terceiro trimestre ainda este mês, assim como vários indicadores econômicos. No segundo trimestre, o PIB da China caiu para +0,4%, seu pior resultado desde 2020.