09/04/2019 - 13:24
O colapso da barragem da Vale em Brumadinho (MG) pode ter efeitos prolongados na indústria de minério de ferro, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira, 9, em relatório que rebaixa a projeção de crescimento do Brasil para 2019. “O colapso terá ramificações para a indústria, que pode experimentar uma parada prolongada das operações em algumas minas de minério de ferro e uma desaceleração de novos projetos”, destaca o documento “Perspectiva Econômica Mundial”, publicado no período da manhã.
O FMI observa que o rompimento da barragem, que ocorreu dia 25 de janeiro, já afetou o mercado internacional de metais, provocando “aumento acentuado” nos preços do minério de ferro. Entre fevereiro deste ano e agosto do ano passado, as cotações subiram 28,8% por problemas na oferta nas maiores mineradoras do mundo.
Além da barragem da Vale em Minas Gerais, o FMI menciona ainda um descarrilamento de um trem da mineradora BHP em novembro de 2018 e um incêndio em um terminal de exportações da Rio Tinto em janeiro.
O FMI estima que seu índice de metais de base deve ter alta de 2,4% em 2019, mas em 2020 deve cair 2,2%. Sobre as previsões para seu índice de metais, o Fundo alerta que uma desaceleração mais rápida da economia mundial e uma diminuição do crescimento da China podem levar a revisões para baixo no número. Já um aumento da demanda pela China pode provocar elevação da estimativa.
Ao final de 2018, o índice de metais de base havia caído ao menor nível em 16 meses por conta da desaceleração da economia mundial, sobretudo na China, e tensões no comércio internacional.
“Contudo, os preços dos metais se recuperaram desde então, puxados pelas expectativas de estímulos fiscais na China e uma melhora da confiança no mercado global, combinado com um aumento acentuado dos preços do minério de ferro por conta do desastre da barragem em Brumadinho”, destaca o FMI.
O FMI reduziu nesta terça-feira a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019 de 2,5% para 2,1%. Para o ano que vem, a previsão de alta do PIB aumentou de 2,2% para 2,5%.