Economistas do mercado financeiro passaram a ver uma trajetória de juros mais restritiva, em que a taxa Selic sobe até 12% em janeiro de 2025 e começa a cair apenas em novembro, até 11,25% no fim do ano que vem. Mesmo assim, voltaram a aumentar as projeções para a inflação no horizonte relevante da política monetária.

Conforme as medianas trimestrais do Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o relatório Focus, o mercado espera que a inflação acumulada em quatro trimestres atinja 3,90% no fim do primeiro trimestre de 2026, o horizonte relevante. Na semana passada, com uma trajetória de juros menor, a projeção era de 3,86%.

O Banco Central estimava, no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), um IPCA acumulado em 3,50% nos quatro trimestres fechados em março do ano que vem. À época que essa estimativa foi feita, a trajetória de juros do Focus era sensivelmente menor, com a Selic subindo até 11,50% no fim do ciclo, em janeiro, e caindo até 10,50% no fim do ano que vem.

A trajetória esperada pelo mercado a partir daí também é superior à do BC. As projeções trimestrais indicam uma inflação de 3,83% no acumulado até o segundo trimestre de 2026, contra 3,50% nas projeções do BC. Esse deve se tornar o horizonte relevante a partir da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em novembro.

O mercado espera que o IPCA acumule alta de 3,81% até o terceiro trimestre de 2026 – cerca de 0,4 ponto porcentual acima da estimativa do BC, de 3,40%.