A expectativa para a inflação deste ano foi revisada no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 20. A projeção de 2024 passou de 3,76% para 3,80%. Um mês antes, a mediana era de 3,73%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção passou de 3,66% para 3,74%, ante 3,60% de um mês atrás.

Considerando as 72 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,74% para 3,84%. Para 2025, a projeção passou de 3,75% para 3,70%, considerando 70 atualizações no período.

Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 46ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 46 semanas.

As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.

O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em maio projeção de 3,8% para o IPCA de 2024, depois de o indicador ter ficado em 3,5% nas reuniões anteriores, de dezembro, janeiro e março. Para 2025, a projeção também subiu, para 3,3%.

Projeção suavizada

Os economistas do mercado financeiro revisaram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana de 3,60% para 3,64%, de 3,56% há um mês. Essa medida ganha importância no contexto da meta de inflação contínua a ser perseguida pelo Banco Central, em substituição a de ano calendário. O centro da meta é 3% em 2024, 2025 e 2026.

Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à meta-calendário vigente hoje. Em entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast, em maio de 2024, Haddad foi questionado sobre o decreto, mas respondeu que “não necessariamente” o ato será publicado antes de junho. Isso forçaria o Conselho Monetário Nacional (CMN) a definir a meta “como sempre definiu” na reunião do próximo mês: com a definição para 2027.

Curto prazo

Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus. A mediana para maio de 2024 passou de 0,30% para 0,33%. Há um mês, a expectativa era de 0,25%. Para o IPCA de junho, a estimativa passou de 0,17% para 0,18%, de 0,17% um mês antes. Já para julho, a previsão para o indicador seguiu em 0,15%, mesmo patamar de um mês antes.