12/06/2015 - 20:00
Avaliada em cerca de meio bilhão de dólares, a churrascaria Fogo de Chão prepara-se para captar até US$ 91 milhões lançando ações no mercado eletrônico americano Nasdaq. Fundada em Porto Alegre em 1981 pelos irmãos Arri e Jair Coser, a empresa foi vendida para Jorge Paulo Lemann, em 2011, que a revendeu no ano seguinte para o fundo de private equity americano THL. A Fogo de Chão faturou US$ 262,2 milhões em 2014, crescimento de 20% ante 2013, e lucrou US$ 17,6 milhões, revertendo um prejuízo de US$ 937 mil em 2013. Ao fim de março, a Fogo de Chão tinha uma dívida de longo prazo de aproximadamente US$ 230 milhões, com US$ 7,5 milhões em caixa, e os recursos da captação serão usados para equacionar os passivos. No primeiro trimestre, o lucro foi de US$ 4,7 milhões, crescimento de 69% ante 2014. O código de negociação na Nasdaq será FOGO.
Telefonia
Oi recompra bônus
Em mais um movimento para equacionar seu passivo a operadora de telefonia Oi anunciou, na quinta-feira 11, uma oferta de recompra antecipada de bônus emitidos no mercado internacional, com o valor total de € 2,1 bilhões (R$ 7,3 bilhões). A empresa está preparando uma emissão de € 750 milhões (R$ 2,6 bihões) com vencimento em 2021. No ano, as ações preferenciais da OI recuam 28%.
Touro x Urso
Após um início animado, as indicações do Banco Central de que o processo de alta da taxa Selic ainda não se encerrou derrubaram as ações nos últimos dias da semana. Pelas contas do mercado, os juros poderão subir para cerca de 14,25% e não há indícios de recuperação econômica antes do segundo semestre de 2016, o que pressionou as ações para baixo.
Petróleo
As novas contas da Petrobras
Em seu Plano de Negócios de 2015 a 2019, cuja divulgação foi adiada de 23 para 26 de junho, a Petrobras deverá anunciar reduções nos investimentos e nas metas de produção. Os prognósticos do mercado são de que os investimentos fiquem entre US$ 100 bilhões e US$ 120 bilhões nesse período, abaixo dos US$ 206 bilhões previstos anteriormente para o quadriênio. Já a produção em 2020, antes prevista para 4 milhões de barris por dia, deve encolher para 3 milhões. No ano, graças à recuperação recente, as ações da petroleira avançam 30,2%.
Destaques do Pregão
Os ativos mais rentáveis
Algumas empresas conseguiram superar o crescimento zero de 2014 e fazer seus ativos renderem de maneira exuberante. Um levantamento do Anuário Estatístico da Abrasca, associação das companhias abertas, que será lançado em julho, mostra que o retorno médio sobre ativos das 20 empresas mais rentáveis cresceu de 19,4%, em 2013, para 22,1%, em 2014. A maior alta foi da Rede Energia. Após amargar um prejuízo em 2013, o lucro da empresa fez com que seu retorno sobre ativos avançasse para 48%, em 2014. No entanto, segundo Carlos Antonio Magalhães, diretor da SABE Consultoria, que organizou o ranking, esse desempenho dificilmente vai se repetir.
Governança
Dasa fora do Novo Mercado
A Diagnósticos da América (Dasa) vai sair do Novo Mercado da Bovespa. Na segunda-feira 8, Edson Godoy Bueno, ex-proprietário da Amil e controlador da Dasa, aprovou a deslistagem da empresa do segmento de negociação. A decisão foi criticada pela Petros, fundo de pensão da Petrobras, que considerou a saída da empresa do Novo Mercado um retrocesso na governança corporativa. Os resultados do primeiro trimestre foram ruins. O lucro caiu de R$ 28,5 milhões em 2014 para apenas R$ 296 mil neste ano.
Papéis Avulsos
Perdas concretas
As ações das construtoras continuam oferecendo prejuízos aos investidores. A retração do financiamento imobiliário e a alteração das regras da caderneta de poupança, em que o governo retirou recursos do sistema no fim de maio e mudou de ideia no inicio de junho, afetou duramente as cotações. Mesmo a EZTec, considerada uma das estrelas do setor por ter mantido a rentabilidade após a crise, sofreu. Suas ações recuam 16,6% no ano até a quinta-feira 11. A maior perda é da PDG Realty, que caiu 55,2% desde o fim de 2014. As exceções são a Gafisa e a MRV.
Palavra do analista:
A piora das condições do crédito imobiliário e o cenário econômico ruim deverão continuar afetando os resultados das empresas e as perspectivas para as ações, avalia Lucas Dias, analista do setor da Fator Corretora.
Mercado em números
BRADESCO
R$ 912 milhões – Foi o dividendo intermediário proposto pelo banco, que pagará R$ 0,172629 por ação ordinária e R$ 0,189892 por ação preferencial. Farão jus os investidores que tiverem ações até o dia 22 de junho.
PAR CORRETORA
R$ 77,3 milhões – Foi o total negociado com as ações da empresa nos cinco primeiros pregões após a abertura de capital.
CCR
US$ 46,2 milhões - Foi quanto a empresa que explora concessões investiu para elevar sua participação acionária nas empresas que administram o aeroporto de Quito.
LOJAS RENNER
15,05% – É quanto a gestora de recursos americana T. Rowe Price passou a deter na varejista brasileira na terça-feira 9, frente a uma participação anterior de 5,38%. A empresa americana informou não pretender atuar no controle da Renner.