O foguete SLS retornou nesta sexta-feira (4) à sua plataforma de lançamento no estado da Flórida para uma nova tentativa de decolagem rumo à Lua dentro de dez dias, retomando o lento início do Artemis, o novo programa da agência espacial americana (Nasa).

Depois de dois adiamentos por problemas técnicos, o foguete precisou retornar a um hangar no final de setembro para se proteger da passagem do furacão Ian.

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A viagem de quase 1,6 km do hangar até a plataforma de lançamento do Centro Espacial Kennedy na Flórida (sudeste) levou cerca de nove horas e o foguete de 98 metros de altura precisou ser transportado muito lentamente sobre uma gigantesca plataforma móvel para evitar vibrações.

A Nasa anunciou em meados de outubro uma nova janela de lançamento, com duração de 69 minutos, em 14 de novembro à 00h07 local (1h07 em Brasília), com outras datas possíveis nos dias 16 às 01h04 e 19 às 01h45, horários locais.

“Nós nos sentimos confortáveis com a ideia de lançar durante a noite”, afirmou Jim Free, administrador associado da Nasa, em conferência de imprensa na quinta, e acrescentou que os dados necessários para analisar o desempenho deste novo veículo serão recompilados por radares e câmeras infravermelhas.

Se o lançamento tiver sucesso, a missão durará pouco mais de 25 dias, com aterrissagem no Oceano Pacífico prevista para 9 de dezembro.

Planos ambiciosos

A missão Artemis 1 busca provar que o foguete SLS (Space Launch System) e a cápsula Orion, acoplada ao topo do foguete, são seguros para transportar astronautas no futuro.

A cápsula será lançada 64 mil km além da Lua, mais longe do que qualquer espaçonave tripulada lançada anteriormente.

Em seu retorno à atmosfera terrestre, precisará suportar uma velocidade de 40 mil km/h e uma temperatura equivalente à metade da registrada na superfície do Sol.

Uma missão bem-sucedida será um grande alívio para a Nasa, após anos de atrasos e custos acima do estimado.

A próxima missão, Artemis 2, prevista para 2024, transportará astronautas, mas não pousará na Lua. Essa honra será reservada à tripulação de Artemis 3, que não deve ser lançada antes de 2025. Depois, a Nasa espera realizar aproximadamente uma missão por ano.

O plano da agência americana é construir uma estação espacial na órbita lunar, chamada Gateway, e uma base na superfície da Lua, para testar as tecnologias necessárias que permitam enviar os primeiros humanos a Marte: novos trajes, um veículo para deslocamento ou um possível uso da água lunar, entre outros objetivos.

A missão Artemis tem o nome da irmã gêmea do deus grego Apollo, que deu nome às primeiras missões à Lua.

Diferentemente das missões que enviaram apenas homens brancos à Lua entre 1969 e 1972, o programa Artemis verá a primeira pessoa negra e a primeira mulher a pisar na superfície lunar.