06/12/2013 - 6:30
Na Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil, a Super Duplo T foi considerada a bola mais inovadora de todos os tempos. O produto foi confeccionado por fabricantes locais com o que havia de mais moderno: uma câmara inflada com uma válvula para enchimento, o que dispensou a costura externa. A pelota feita de couro tinha 12 gomos com bordas arredondadas e foi conduzida com maestria pelo camisa 10 da Seleção Brasileira, Danilo, pelo craque Zizinho e pelo artilheiro do campeonato, o atacante Ademir.
Rodrigo Messias, da Adidas: “Os brasileiros amam o futebol e por isso mesmo
são ótimos consumidores de bola”
É certo que a Super Duplo T não deixou boas lembranças daquela jornada, principalmente ao ser empurrada para dentro do gol de Barbosa pelo atacante Alcides Chiggia, que calou o Maracanã e deu ao Uruguai o bicampeonato mundial. Tristezas à parte, a Brazuca, como carinhosamente foi batizada a pelota da Copa de 2014, está apresentada como a maior aposta de vendas da alemã Adidas no ano que vem e pretende repetir o papel inovador da Super Duplo T. A fabricante não revela o valor do investimento feito, mas sabe-se que a Brazuca levou dois anos e meio para ser desenvolvida e foi testada por mais de 600 jogadores profissionais de todas os campos de futebol do planeta.
Entre os que já deram uma ?pimba na gorduchinha? ou uma ?ripa na chulipa?? como dizia o radialista paulista Osmar Santos ? estão o argentino Lionel Messi e o alemão Bastian Schweinsteiger. ?A Brazuca tem a identidade do Brasil, pois foi inspirada aqui?, diz Rodrigo Messias, diretor de Copa da Adidas. ?Os brasileiros amam o futebol e por isso mesmo são ótimos consumidores de bola.? Sucesso de vendas é o que espera mesmo a Adidas, que detém a exclusividade para fabricar o chamado balão de couro da Copa desde 1970, concessão que foi prorrogada por mais cinco campeonatos mundiais até 2030.
A antecessora da Brazuca, a Jabulani, da Copa do Mundo da África do Sul, vendeu em todo mundo 13 milhões de unidades. O modelo tornou-se a bola mais vendida da história. ?A Adidas havia perdido um pouco a mão até a Copa da Alemanha, em 2006?, diz o diretor-geral da consultoria ESM Luiz Fernando Ferreira. ?Desde então, suas bolas têm sido eleitas as estrelas do torneio por terem grande apelo comercial.? Segundo Ferreira, a Brazuca deve vender cerca de 10% a mais do que a Jabulani. Além de ser um dos ícones da Copa, a bola é produzida com uma tecnologia de ponto que deve atrair os fanáticos por futebol.
Ela tem seis painéis simétricos idênticos e uma superfície exclusiva que procura dar maior aderência e melhor aerodinâmica. ?A Adidas trabalha fortemente no desenvolvimento de produtos mais tecnológicos, que contribuam para o desempenho dos atletas, como a bola, as chuteiras e os uniformes das federações?, diz Messias, da Adidas. Segundo ele, a Brazuca será vendida em sete versões: a bola oficial de jogo e seis réplicas. Os preços vão de R$ 39,90 (a minibola) a R$ 399 (a oficial). Agora, é esperar que os deuses do futebol iluminem Neymar & Cia, para que consigam fazer com que a Brazuca traga mais sorte ? e lucro ? do que a Super Duplo T, que fez o Maracanã emudecer.
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