20/10/2017 - 20:05
Os especialistas em marketing esportivo afirmam que três indicadores são essenciais para avaliar o sucesso de uma competição: presença de público nas arenas, audiência de TV e repercussão nas redes sociais. Os grandes eventos paralímpicos não só preenchem todos os quesitos como os levaram para outro patamar. Os Jogos do Rio alcançaram um sucesso sem precedente. De acordo com dados da organização, 2,1 milhões de ingressos foram vendidos, bem acima das projeções.
Para efeito de comparação, na Paralimpíada de Barcelona, em 1992, que acabaria se tornando um marco, o número não passou de 1,5 milhão. Não é só. O recorde de público no Parque Olímpico do Rio se deu no dia 10 de setembro, quando 167 mil pessoas prestigiaram as provas paralímpicas. “As competições fazem sucesso no mundo inteiro porque inspiram e mostram que limites não são impedimentos para nada”, afirma Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Os números da TV são ainda mais impactantes. “A Rio-2016 quebrou todos os recordes de audiência, o que é muito relevante em uma época em que a visibilidade de eventos esportivos está caindo em plataformas tradicionais”, diz Alexis Schaefer, diretor comercial e de marketing do Comitê Paralímpico Internacional (IPC). “A audiência acumulada da Paralimpíada cresceu 127% em 12 anos.” Outro dado impressionante: a transmissão da Cerimônia de Abertura registrou a maior audiência da história do SportTV, com média de 2.31 pontos. Isso explica o renovado interesse das emissoras.
Em 2017, o CPB fechou acordo com o Grupo Globo para exibir os mundiais paralímpicos de natação e atletismo – neste último, o SporTV2 e SporTV3 transmitiram, ao vivo, mais de 40 horas de competição. O sucesso se repete nas redes sociais. Cerca de 45 milhões de pessoas foram atingidas pelos posts no Facebook do CPB durante os Jogos Paralímpicos. No Twitter, o número de visitantes também foi recorde. Segundo pesquisa, mais de 80% dos seguidores do CPB no Twitter tem entre 13 e 34 anos. Ou seja: os atletas paralímpicos conquistaram uma geração de fãs para o presente e para o futuro.
Alcance global
Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico foi o primeiro da história a ser transmitido ao vivo para mais de 20 países
Depois dos recordes de audiência quebrados nos Jogos do Rio, outra grande competição paralímpica tem números para comemorar. Realizado em Londres, em julho passado, o Campeonato Mundial Paralímpico de Atletismo foi o primeiro da história a ser transmitido ao vivo para mais de 20 países. Emissoras como SporTV (Brasil), Channel 4 (Reino Unido), FranceTV (França), NBC (Estados Unidos), NHK (Japão) , Rai (Itália), CCTV (China) e ARD/ZDF (Alemanha), para citar os exemplos mais marcantes, exibiram as provas em tempo real, e todas registraram ótimos índices de audiência. “Foram mais de 800 veículos de comunicação credenciados, o que dá a dimensão do alcance global que obtivemos”, diz Niels de Vos, diretor-executivo do Campeonato. Trata-se de um feito considerável. Se antes o público só era seduzido por Jogos Olímpicos e Paralímpicos, agora o interesse foi ampliado para os Campeonatos Mundiais. No caso paralímpico, significa que os atletas estão seguindo o mesmo roteiro dos esportistas sem deficiência. “Os paralímpicos estão começando a se tornar ídolos internacionais”, afirma Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).