Falta pouco. A Schneider Electric, fabricante de componentes elétricos de baixa tensão, está em contagem regressiva para, enfim, comemorar o maior negócio de sua história: a compra da francesa Legrand, fabricante dos produtos Pial. Não está ligando o nome à marca? Dê um olhadela nos interruptores de luz de sua casa. Um deles deve ser Pial. A transação entre as duas companhias envolve US$ 6,5 bilhões, vem sendo montada desde fevereiro deste ano e só aguarda o sinal verde da União Européia para ser concretizada. O aval deve sair em trinta dias. Unidas, Schneider e Legrand criarão uma empresa de US$ 16 bilhões com tentáculos espalhados pelo mundo todo. No Brasil, a Legrand fatura R$ 180 milhões e lidera o varejo de produtos elétricos. A Schneider, por sua vez, experimentou um crescimento espantoso de 89,7% nas vendas, em quatro anos. Sua receita líquida deve chegar a R$ 200 milhões em 2001.

A compra da fabricante da Pial dá maior visibilidade à Schneider, mas está longe de ser sua a única conquista. A empresa tem uma posição de destaque no mercado de relés, painéis elétricos e equipamentos para controle industrial. Sabe como poucas aproveitar oportunidades no mercado. A regra vale para todas as filiais. Por aqui, está ganhando terreno no rastro da crise energética. Investiu R$ 15 milhões na montagem de sua terceira fábrica, situada em Guararema (SP); nacionalizou a produção de equipamentos para redução do consumo de energia e ainda adquiriu a Primelétrica (empresa de R$ 13 milhões que fabrica tomadas, plugs e pinos para uso predial). Com esses movimentos, o presidente da Schneider Electric Brasil, René Orlandi, alçou a subsidiária ao posto de a 12ª melhor operação de um conglomerado que atua em 130 países, obtém US$ 9 bilhões com vendas e lucra US$ 1,2 bilhão por ano. ?Nossas vendas de componentes para fabricantes de geradores triplicaram?, comemora Orlandi.

A empresa, segundo ele, levará vantagem com a nova onda de investimentos em produtividade, previstos para serem feitos pelas companhias energéticas e com a nacionalização da produção de equipamentos e componentes destinados a reduzir o consumo. A Schneider não tem do que reclamar.