20/07/2022 - 9:26
Na segunda-feira (18) o presidente Jair Bolsonaro realizou evento polêmico com embaixadores, no Palácio da Alvorada, e mirou fogo no sistema eleitoral brasileiro. Os comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, da Marinha, almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Baptista Junior, foram convidados para a reunião, porém não compareceram.
De acordo com a coluna da jornalista Carla Araújo, no Uol, os militares da ativa e da reserva estão optando por não embarcar institucionalmente no discurso sem provas de Bolsonaro sobre as fraudes nas eleições. Por isso, os três comandantes das Forças Armadas não compareceram ao evento com embaixadores.
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Bolsonaro usa, constantemente, a imagem dos militares para indicar que teria o apoio das Forças no caso de uma postura mais firme contra supostas eleições fraudadas. A posição da caserna, no entanto, é de distância do embate político no setor eleitoral.
Existe a leitura interna de que o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, ex-comandante do Exército, não representa uma voz ativa dos militares no governo e, segundo essas fontes ouvidas pela coluna, ele sabe que as Forças são instituições de Estado, não de governo. Sua atuação no governo, neste cenário, seria independente.
Paulo Sergio estava escalado para fazer uma apresentação na reunião com os embaixadores, porém a fala de Bolsonaro no evento foi vista como suficiente.
Entre os generais da ativa que comentaram sobre a reunião de Bolsonaro e os embaixadores com a colunista do Uol, um deles teria dito que seria uma vergonha internacional.
O ato de segunda-feira repercutiu no mundo inteiro e foi exposto como vexatório pela mídia internacional. O New York Times chegou a comparar o discurso de Bolsonaro ao do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que constantemente apelava contra as instituições democráticas do país.