Por Aishwarya Nair e Paul Lienert e Joseph White

(Reuters) – A Ford identificou medidas para garantir margens de 8% em carros elétricos de próxima geração previstos para meados da década, mas pode levar anos para eliminar uma desvantagem de custo de até 8 bilhões de dólares em relação a concorrentes, disseram executivos nesta quarta-feira.

A Ford pode economizar até 2,5 bilhões de dólares este ano por meio de um melhor gerenciamento dos cronogramas de produção e uma queda nos preços das commodities, disse o diretor financeiro da empresa, John Lawler, em uma conferência automotiva.

A montadora divulgou resultados trimestrais desanimadores no início deste mês e culpou escassez de componentes eletrônicos, interrupções na cadeia de suprimentos e “instabilidades” de produção pelo aumento em seus custos.

Lawler disse que a Ford enfrenta 5 bilhões de dólares em custos mais altos este ano e que a empresa será “muito agressiva” na redução de despesas em suas operações de fabricação, cadeia de suprimentos e distribuição.

A longo prazo, a empresa pretende reduzir os estoques nos concessionários e conduzir mais transações online, entre outras medidas, de acordo com o presidente-executivo, Jim Farley.

A empresa tem projetos para novas picapes e utilitários esportivos (SUVs) elétricos e pretende reduzir os custos das células de bateria para menos de 70 dólares por quilowatt-hora, à medida que avança na química mais barata de fosfato de ferro lítio, disse Farley.

Para aumentar a lucratividade de seus veículos elétricos de segunda geração, Farley disse que a Ford planeja mudar seus processos para uso de fundição de peças de grande porte, reduzindo assim o número de peças necessárias e simplificando a produção, um processo iniciado pela Tesla.

Outros ganhos serão obtidos com a introdução de química mais eficiente e redução dos tamanhos dos packs de bateria, além de adoção de designs mais aerodinâmicos, disseram os executivos.

Tornar um veículo elétrico mais aerodinâmico pode economizar “milhares de dólares em custos de bateria”, disse Farley. “Por que você acha que estamos na Fórmula 1? Porque eles têm o melhor pessoal de aerodinâmica do mundo.”

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