MONTAGEM SOBRE FOTO DE LÉO CALDAS/AG. ISTOÉ

NOMES Felipe Andrade (à esq.) e Luciano Ayres

IDADE 27 e 28 anos

EMPRESA I2 Tecnologia

O PRIMEIRO TELEFONE CELULAR chegou ao mercado em 1983, pesando 800 gramas – pouco menos que um tijolo. O primeiro SMS enviado na história partiu, em 1992, de um computador pessoal para um telefone celular. O primeiro ringtone, a música Jump, da banda americana Van Halen, surgiu em 1997. A interoperabilidade, que permitiu a integração de vários sistemas, nasceu em 1999. O mobile marketing deu as caras em 2000. A indústria de conteúdo para celular como conhecemos hoje, provavelmente não será a mesma amanhã. “Estamos no momento de construção como aconteceu com a internet, em 2000, quando os padrões de navegação e sotwares estavam sendo definidos”, diz Guilherme Ribenboim, presidente do Interactive Advertising Bureau Brasil. “O mercado de mobile marketing caminha para a replicação de tudo o que aconteceu na internet.” A rigor, o segmento ainda é embrionário e, na onda de novos aparelhos e sistemas que surgem como o iPhone, da Apple; o Android, do Google; o BlackBerry, da RIM, e o G1, da HTC -, aparecem empreendedores que estão fazendo dinheiro e história da mesma forma que os primeiros desbravadores da internet. Hoje, apesar de ainda incipiente, o mobile marketing já movimenta US$ 2,7 bilhões por ano (acompanhe quadro na página 48) e deverá alcançar a marca de US$ 12,8 bilhões até 2011. O que despertou a atenção para os aparelhos móveis e iluminou esse mercado de modo a muitos acreditarem que o telefone poderá substituir os computadores portáteis foi o iPhone, da Apple. “Hoje é possível navegar na internet pelo celular como se navega pelo computador”, diz Marcelo Marzola, presidente da Predicta, consultoria de marketing online. Com uma tela grande e de fácil manuseio, o iPhone reinventou a indústria de aparelhos móveis e criou um nicho de mercado, fazendo com que a concorrência seguisse seus passos. Ao lançar a App Store, em julho do ano passado, a Apple abriu caminho para que qualquer pessoa, até mesmo uma criança de nove anos de idade, como Lin Ding Wen, de Cingapura, que criou um programa nos moldes do Paintbrush – (que permite pintar na tela do celular), pudesse inventar um aplicativo e torná-lo lucrativo. “Hoje, existem 50 mil desenvolvedores cadastrados na App Store”, disse à DINHEIRO Edwin Estrada, gerente de desenvolvimento de negócios da Apple América Latina. Esses desenvolvedores ganham dinheiro de uma maneira relativamente simples. Alguns cobram a partir de US$ 0,99 por download, 70% do dinheiro vai para os seus bolsos e o restante fica com a Apple. Desde programas inúteis, como o que imita o som de uma pessoa flatulenta (um sucesso planetário), passando por jogos até um dispositivo que mede a pressão arterial, os aplicativos se tornaram febre de consumo e já somam 15 mil apenas na empresa de Steve Jobs, com um total de 500 milhões de downloads.

MONTAGEM SOBRE FOTO DE DANIELA DACORSO/AG. ISTOÉ

NOMES Alex Pinheiro

IDADE 36 anos

EMPRESA Gol Mobile

Chegar perto dessa marca é uma tarefa inglória para as concorrentes. NOMES Alex Pinheiro IDADE 36 anos EMPRESA Gol Mobile O portal Yahoo!, por exemplo, criou o YahooGo, no qual é possível baixar aplicativos para o celular de várias marcas e atualmente possui 200 dispositivos na praça. “Estamos participando de eventos com programadores para mostrar a eles as vantagens de criar aplicativos para a nossa plataforma”, diz Melissa Beltrão, responsável pelas soluções móveis do Yahoo!. Independentemente da concorrência existente no mercado, o segmento de mobile nasce com uma vantagem frente à internet: os softwares são livres e abrem espaço para uma novidade atrás da outra. O Google, talvez a empresa mais associada à internet no mundo, também quer mostrar sua força no universo mobile. “Quem não apostar nesse mercado estará jogando fora seu próprio futuro”, disse à DINHEIRO Alex Dias, recém-empossado presidente do Google no Brasil. O Google criou a plataforma Android, que equipa o celular G1, da HTC, fabricante de celulares de Taiwan. Segundo especialistas, o G1 é o principal concorrente do iPhone. O BlackBerry, da RIM, talvez o segundo celular mais famoso do mundo, trilhou caminho no mundo corporativo. Ele está para o trabalho como o iPhone está para o lazer. É nesse vácuo que o G1 entra. “O Android levou para o celular a principal característica do Google: a simplicidade”, afirma Dias.

A exemplo da Apple, o Google também criou um local dedicado à venda de aplicativos, o Android Market, que possui até agora 900 aplicativos gratuitos à disposição dos clientes. Todas as grandes empresas que são referência na área tecnológica apostam suas fichas nas oportunidades de negócios geradas pelo celular. A Microsoft, de Bill Gates, planeja para 2009 o lançamento de uma loja nos mesmos moldes da App Store. Tratase da Microsoft Market Place, que oferecerá aplicativos pagos e gratuitos. A Nokia, sócia majoritária do sistema operacional Symbian, criou um grupo de trabalho para estimular e treinar desenvolvedores de aplicativos. Essa profunda transformação foi iniciada há apenas uma década. Alguns empreendedores entraram no mercado assim que ele surgiu – e já fazem fortuna com isso. Outros apostam nas infinitas oportunidades de negócios que o segmento mobile oferece. A seguir, histórias de empresários que descobriram bem antes que os celulares são capazes de tudo – eles transmitem vídeos, enviam mensagens, oferecem jogos, navegam pela internet. E até falam.

NA MIRA DO GOOGLE E DO MIT

O pernambucano Felipe Andrade deve ser um dos únicos brasileiros que recusaram uma proposta de emprego do Google. E não era uma proposta qualquer. No ano passado, ele foi chamado para trabalhar na divisão de novas tecnologias que a empresa possui em Londres, na Inglaterra. O convite incluía casa, rendimentos superiores aos que recebia e uma tremenda possibilidade de crescimento profissional. Mas Andrade preferiu ficar. O motivo? ?A área de atuação da minha empresa vai crescer muito no Brasil e eu não quero perder essa oportunidade?, diz. Esse cientista da computação de 27 anos é dono da I2 Tecnologia, companhia sediada no Recife que cria jogos e aplicativos para celulares.

Andrade montou a I2 em 2006 com o sócio Luciano Ayres, engenheiro de software de 28 anos que, como ele, é recifense e não troca a sua cidade por nada. A empresa surgiu como incubada do Instituto de Tecnologia de Pernambuco, que tem ajudado a fazer do Estado nordestino um dos polos de florescimento tecnológico do Brasil. Ases de informática, Andrade e Ayres desenvolveram nos últimos dois anos mais de 30 jogos de esportes, como futebol, vôlei e tênis, que podem ser acessados em smartphones. Também foram responsáveis por dezenas de aplicativos, a maioria deles para rodar em aparelhos fabricados pela Nokia.

ROGÉRIO ALBUQUERQUE/AG. ISTOÉ

NOMES Fabiano Destri

IDADE 34 anos

EMPRESA Pocket Midia

No mundo mobile, são quase celebridades. Blogs e fóruns de discussão especializados em tecnologia não economizam elogios ao trabalho deles. A popularidade da dupla aumentou com a conquista do prêmio Nokia Sem Limites, conferido aos projetos mais inovadores. A I2 ficou em primeiro lugar com o aplicativo Rio Mobile, que permite a visualização das câmeras de trânsito do Rio de Janeiro em tempo real. ?Suponha que você está em Ipanema e quer saber como está o tráfego em qualquer outro lugar da cidade. Basta acessar o aplicativo e a resposta virá, ao vivo?, diz Ayres. As ideias criativas e soluções tecnológicas criadas pela dupla chamaram a atenção do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Um programa desenvolvido pela I2, chamado de Flyer Framework, está sendo testado na universidade americana. ?Eles nos convidaram para apresentar o projeto ao vivo?, diz Andrade. O sucesso é traduzido em dinheiro. No ano passado, a I2 faturou US$ 300 mil. Em 2009, as receitas devem saltar para US$ 2 milhões.

THE NEW YORK POST NA TELA DOS CARIOCAS

Quando a Apple lançou a App Store, sua loja de aplicativos, em 11 de julho de 2008, os empresários cariocas Alex Pinheiro, 36 anos, e Reinaldo Mello, 28 anos, já estavam preparados para a febre que se seguiria. Sócios na Gol Mobile, empresa que desenvolve soluções e conteúdo para celular, eles já tinham em mente alguns dos produtos que lançariam na badalada loja online da empresa de Steve Jobs. Tanto é que foram os primeiros brasileiros a lançar um aplicativo na App Store. Tratava- se do Brasil Flex, que faz a conta do consumo de gasolina e álcool do carro. Depois desse aplicativo, a Gol Mobile desenvolveu um jogo chamado Desafio e passou a criar produtos corporativos. ?A base de iPhone no mundo vem crescendo ano a ano e as próprias agências de publicidade estão pondo o aparelho nos planos de mídia dos anunciantes?, diz Pinheiro. ?Em vez de anunciar em um outdoor, elas estão buscando o iPhone.? Um projeto corporativo, diz Pinheiro, custa entre R$ 150 mil e R$ 250 mil.

Os resultados de comunicação para as empresas têm crescido na proporção do aumento da base de celulares 3G. A vantagem é ainda maior para marcas que possuem presença em vários lugares do mundo. Afinal, os aplicativos da App Store são distribuídos em mais de 70 países. ?Dos 38 mil downloads dos nossos programas, 700 foram no Japão?, diz Pinheiro. O trabalho da empresa, quem diria, chamou a atenção dos editores do jornal americano The New York Post. Na última quinta-feira 26, a diretoria do jornal se reuniu com executivos da Gol Mobile, em Nova York, para discutir a produção de um aplicativo do Post. ?Só de nos chamarem, mostra que o Brasil vai se tornar no desenvolvimento de aplicativos um dos maiores players do mundo. É o mesmo que aconteceu com as agências de publicidade brasileiras que são vistas como as mais criativas que existem?, diz Pinheiro.

IDEIAS QUE VALEM MILHÕES

Toda vez que um cliente que possui celular com bluetooth ligado entra num dos restaurantes de Sérgio Arno, ele recebe receitas exclusivas do chef de casas como La Vecchia Cucina, Alimentari e La Pasta Gialla. O sistema foi desenvolvido pela Pocket Midia, empresa que atua no mercado de mobile marketing. A empresa vive basicamente de boas ideias ? que, aliás, não param de surgir. ?Pensamos em iniciativas que possam criar uma relação amigável entre uma determinada companhia e seus clientes?, afirma Fabiano Destri, 34 anos, sócio da Pocket junto a um empresário francês. Foi Destri quem pensou em oferecer a qualquer pessoa que passe diante de um cinema a programação que está sendo exibida ali. O sistema, inédito no Brasil e que terá o patrocínio de uma grande rede cinematográfica, deve estrear nos próximos meses e poderá ser acessado por quem tiver bluetooth. Inovações simples como essa ajudam a Pocket a faturar, por ano, R$ 1,9 milhão.

KARIME XAVIER/AG. ISTOÉ

NOMES Alberto Leite

IDADE 33 anos

EMPRESA Support Comm

Os novos empreendedores descobriram que o grosso do dinheiro do universo mobile está na publicidade. Uma das maiores agências do setor no Brasil, a Hands tem 80% de seu faturamento gerado por ações de marketing. Os outros 20% vêm da criação de sites móveis para empresas como Vale, Volkswagen, Climatempo e Claro. ?Muitas companhias imaginam que basta pegar a página normal da internet e transferi-la para o celular?, diz César S. César, 38 anos, sócio da Hands. ?São linguagens totalmente diferentes.? Segundo pesquisa informal da Hands, das 100 maiores empresas do Brasil, apenas quatro possuem sites móveis. Eis aí uma nova oportunidade para empreendedores.


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BLUETOOTH DE GUERRILHA

No último Natal, o MorumbiShopping, em São Paulo, se viu diante de um dilema. Como fazer uma ação que chamasse a atenção das famílias e se diferenciasse dos demais concorrentes? Afinal, muitos iam ao shopping apenas para que as crianças vissem o Papai Noel ? tática usada por todos os shoppings da capital paulista. Foi aí que entrou o trabalho da SupportComm, empresa de dados para celular fundada em 1999. ?Criamos uma ação inovadora para eles?, diz Alberto Leite, 33 anos, presidente da empresa. Quando as crianças se postavam para a foto, uma promotora do shopping tirava uma fotografia pelo celular e, imediatamente, enviava a imagem por meio de bluetooth para um sistema conectado a oito telões localizados em pontos estratégicos do shopping. ?Essa é apenas uma das ferramentas que dispomos hoje?, diz Leite. Fundada em 1999, como uma empresa que fazia automação de call center, a SupportComm transformou-se numa das maiores do setor de dados para celular. Detalhe: entrou nesse mercado em 2003, quando comprou a w-Aura.

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NOMES Roberto Dariva

IDADE 34

EMPRESA Navita

?Mas foi em 2008 que começamos a explorar novas áreas como mobile marketing, pagamento via celular e SMS?, explica Leite. A aposta mostrou- se promissora. No ano passado, a empresa faturou R$ 29 milhões e, para 2009, a meta é chegar a R$ 36 milhões. Cerca de 45% do faturamento da empresa vem do desenvolvimento de sites terceirizados de operadoras como, por exemplo, Vivo e Claro. ?Fazemos os portais das empresas na internet e no celular?, diz Leite. Por enquanto, a companhia não entrou no desenvolvimento de aplicativos, mas é um caminho inevitável, já que atua em todas as áreas que envolvem negócios no celular.


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CELULAR QUE TRADUZ IDIOMAS

No início de março, um funcionário contratado pela Navita, empresa especializada na criação de dispositivos para BlackBerry, recebeu uma ligação telefônica de um italiano. O sujeito, que estava em seu país, tinha dúvidas sobre o funcionamento de um programa de tradução que a Navita desenvolveu para o smartphone fabricado pela canadense Research in Motion (RIM). O episódio ilustra como uma pequena empresa pode, de uma hora para outra, se tornar global ao fazer um aplicativo de sucesso. O software da Nativa, chamado de BBTranslator, traduz palavras e frases em seis idiomas diferentes. Desde que foi lançado, em fevereiro, o tradutor foi baixado por cinco mil usuários de BlackBerry ? os pedidos vieram de dezenas de países. ?Por enquanto, qualquer um que possua o aparelho pode baixar o programa de graça?, diz Roberto Dariva, um dos fundadores da Navita.

MONTAGEM SOBRE FOTO DE CLAUDIO GATTI/AG. ISTOÉ

NOMES Marcelo Condé

IDADE 36 anos

EMPRESA Spring Wireless

A ideia é oferecer o BBTranslator como uma espécie de aperitivo. Quando a loja virtual da RIM começar a funcionar (o que deve acontecer no primeiro semestre nos Estados Unidos, e até o final do ano no Brasil), Dariva espera faturar alto. Ele vai colocar na rede mobile uma versão mais completa do tradutor, com outros idiomas disponíveis. Desta vez, o serviço será pago. O preço deve ficar em torno de US$ 9,99. Pelas normas da RIM, a Nativa embolsa 80% desse valor, ou cerca de US$ 8. Isso significa que, se cinco mil aplicativos forem vendidos, a parte que cabe à empresa brasileira será equivalente a US$ 40 mil. Mas cinco mil downloads do programa de tradução é uma projeção exageradamente tímida. ?Não sabemos quanto, mas a tendência é que um número muito maior que esse seja vendido.? Se isso acontecer, a empresa deve aumentar consideravelmente seu faturamento, hoje na casa dos R$ 4 milhões. A RIM estimula a parceria com empresas como a Navita. ?Já abrimos inscrições para o programa de desenvolvedores de aplicativos para o BlackBerry?, diz Henrique Monteiro, coordenador da área de produto da RIM para a América Latina.

Assim como a Nativa, que focou os negócios na RIM, muitas empresas que estão surgindo nesse mercado preferem direcionar seu trabalho para uma única fabricante de celulares. É o caso da Finger- Tips, que prioriza a Apple. A empresa, sediada em São Paulo, cria programas para rodar no Iphone. Um deles, feito a título de brincadeira, é um sucesso impressionante. Trata-se do Oxo, como eles chamaram o bom e velho jogo da velha para celulares. Lançado no final de janeiro e vendido a módicos US$ 0,99, o joguinho foi baixado por 20 mil pessoas de países como Estados Unidos, México, Japão, Canadá, Índia e África do Sul. ?Honestamente, ninguém da empresa esperava que fosse virar uma febre?, afirma Raul Ferreira, 38 anos, um dos sócios da FingerTips.

MULTINACIONAL BRASILEIRA

A história do empresário Marcelo Condé, 36 anos, presidente e maior acionista da Spring Wireless, empresa de soluções para celular, se confunde com a de vários empreendedores americanos que fizeram fama e fortuna no Vale do Silício. Só que Condé é brasileiro da gema. Formado em engenharia mecatrônica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, ele partiu para os Estados Unidos para cursar MBA em Harvard. Lá, percebeu como os aparelhos de mão, os chamados PDAs e telefones celulares, ganhavam espaço como ferramentas de trabalho para algumas empresas e enxergou uma oportunidade de lucrar com isso. Com uma boa dose de ousadia, Condé voltou ao Brasil em 1999 e bateu à porta de bancos para conseguir um aporte para montar sua empresa. E conseguiu. O Softbank liberou US$ 3 milhões e ele montou sua empresa. ?Trabalhamos no desenvolvimento de software para soluções de vendas para empresas, no comércio eletrônico via celular e também no mercado de mobile marketing?, diz Condé.

Hoje, a Spring Wireless conta com uma carteira de mais de 450 clientes de peso como AmBev, Santander, Kellogs, Coca-Cola, e faturou US$ 93 milhões em 2008. ?Vamos faturar US$ 130 milhões em 2009?, aposta Condé. Os resultados da Spring Wireless foram tão bons que chamaram a atenção do banco Goldman Sachs e da empresa de venture capital New Enterprise Associates (NEA) que, em agosto do ano passado, compraram 40% da companhia por US$ 63 milhões. Com esse dinheiro, Condé adquiriu a Octo, empresa de mobile marketing, e abriu filiais nos Estados Unidos, na China e na Rússia. No total, a Spring Wireless tem presença em 16 países e tornou-se a maior do setor na América Latina. ?A área de mobile marketing tem crescido a uma média de 120% ao ano?, diz Condé. Além de aplicativos, ela desenvolve sites específicos para celular e campanhas SMS. ?Mas não elegemos o iPhone como o único meio. Desenvolvemos projetos que funcionem em todas as plataformas?, diz Condé.

AS EMPRESAS NO IPHONE

A febre do iPhone fez brotar um fenômeno na indústria de tecnologia. O telefone passou a ser visto como uma nova plataforma de comunicação entre marcas e consumidores e algumas empresas estão apostando alto no gadget da Apple. ?É uma ferramenta muito interessante?, diz Flavio Stadinik, diretor de marketing da marca de cachaça Sagatiba. A empresa acaba de lançar nos Estados Unidos um aplicativo para ser baixado gratuitamente no qual mostra a cultura brasileira, ensina como fazer drinques e apresenta os bares onde a bebida é vendida. ?Em breve, teremos esse aplicativo no Brasil?, diz Stadinik.

Outra marca que buscou no iPhone um meio para alcançar um público mais qualificado e aliar a imagem de inovação foi a cervejaria Heineken. Lançado há uma semana, o aplicativo da cervejaria mostra, por meio do sistema GPS, os bares mais próximos e faz a conta de quantas cervejas são necessárias para uma festa. Detalhe: até a última quarta-feira 25, haviam sido feitos mais de cinco mil downloads. ?Assim como um veiculo de comunicação que possui credibilidade, nós buscamos o iPhone porque ele passa a imagem de inovação?, diz Flavio Casarotti, vice-presidente de criação da agência de publicidade Fischer América, dona da conta da Heineken.

O mercado financeiro descobriu nos smarthphones uma ferramenta indispensável. O Itaú foi o primeiro banco a apostar no segmento mobile. Desde o ano passado, seus clientes podem fazer transações bancárias no celular.

Também em 2008, a Itaú Corretora se tornou a primeira empresa do Brasil a oferecer serviços de mobile broker. A partir do smartphone, o investidor pode comprar e vender ações. Recentemente, todos os serviços mobile passaram a atender, além dos clientes individuais, as pessoas jurídicas. ?O celular possibilita uma agilidade que nenhum outro equipamento oferece?, diz Ricardo Guerra, diretor de canais eletrônicos do Itaú.