23/07/2015 - 22:46
A descoberta no Brasil de um fóssil de serpente com quatro patas, um espécime único, sugere que os ancestrais destes répteis eram terrestres e não marinhos, destaca um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica americana Science.
Esta nova espécie, batizada Tetrapodophis amplectus, viveu no Cretáceo, há entre 146 e 100 milhões de anos, e apresenta muitos traços fisiológicos semelhantes aos das serpentes atuais: focinho curto, caixa craniana alargada, escamas, presas pontiagudas e uma mandíbula muito flexíble para engolir grandes presas.
O réptil tinha ainda uma estrutura vertebral similar a de suas descendentes atuais, com flexibilidade extrema, necessária para apertar suas presas até sufocá-las.
A única grande diferença da Tetrapodophis em relação às serpentes modernas são suas quatro patas, que aparentemente não serviam para o deslocamento, e sim para agarrar presas ou para a cópula.
Os autores do estudo revelam ainda a ausência da típica cauda larga dos répteis aquáticos, como os jacarés, confrontando assim a hipótese de que as serpentes não descendem diretamente de ancestrais aquáticos.
Os pesquisadores analisaram as características genéticas e morfológicas da Tetrapodophis e as compararam a outras espécies conhecidas de serpentes.