02/05/2019 - 19:01
Um voto encaminhado a obrigar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a deixar de apoiar militarmente a coalizão saudita na guerra do Iêmen fracassou nesta quinta-feira no Congresso americano.
No dia 16 de abril, Trump vetou uma resolução do Congresso que exigia do presidente “a retirada das forças armadas americanas das hostilidades” no Iêmen, excluindo as operações contra a Al- Qaeda.
Os opositores ao apoio militar americano neste conflito necessitavam de uma maioria de dois terços (67 votos) no Senado para superar o veto presidencial.
Apenas 53 senadores votaram a favor da medida e 45 foram contra.
O texto foi definitivamente aprovado no início de abril pelo Congresso, após ter recebido os apoios necessários da la maioria republicana (sete senadores) para superar a barreira do Senado.
Este gesto contra o presidente é reflexo do mal-estar provocado até em seu próprio partido pela fraca reação contra Riad pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, em outubro de 2018 em Istambul, por um grupo procedente da Arábia Saudita.
Com esta resolução o Congresso aplicou, pela primeira vez na história, uma lei votada em 1973 para limitar os poderes militares de presidente num conflito no exterior.
Ao apresentar seu veto, o presidente denunciou “uma tentativa inútil e perigosa de enfraquecer os poderes constitucionais, colocando em risco as vidas dos cidadãos americanos”.
Desde 2015, o Pentágono fornece um “apoio não combativo” à coalizão dirigida pela Arábia Saudita, aliada histórica dos Estados Unidos.
Desde março de 2015, a guerra no Iêmen deixou cerca de 10 mil mortos, segundo um balanço da Organização Mundial da Saúde, mas algumas entidades consideram que esse número é muito maior.