03/10/2017 - 18:06
A venda de uma fatia minoritária da BR Distribuidora, controlada pela Petrobras, não é o melhor caminho a ser trilhado, disse o sócio-fundador da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central (BC) Armínio Fraga. Segundo ele, essa não seria a melhor forma de capturar valor da empresa, visto que a estatal seguiria como sua controladora.
“Hoje sabemos que está lá (na Petrobras) o Nelson Carvalho no conselho, o Pedro Parente na gestão. Daqui a três anos ninguém sabe quem estará lá. Os governos arrumam as casas, arrumam as empresas e vem outro e desarruma”, explicou.
A Petrobras espera realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da BR até o fim deste ano, com a venda de uma fatia que poderia variar entre 25% e 40%, conforme reiterou o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Nelson Carvalho. Fraga e Carvalho participam do Congresso organizado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). A palestra de Fraga sucedeu à proferida pelo presidente do conselho da Petrobras.
Ele citou, como exemplo, que não faria sentido vender a Petrobras para um único comprador, seja nacional ou estrangeiro, e que o ideal seria fatiar a empresa. Ele também citou a necessidade de privatizar os bancos públicos, ressaltando que eles respondem por cerca de 60% dos ativos do setor. “Isso é demais.”
Fraga defendeu, por fim, em sua palestra, as privatizações de todas as estatais. “O governo não tem que ter empresas”, disse ele. Para ele, o ideal seria vender as estatais buscando se criar um ambiente competitivo. “Precisa privatizar a maioria das coisas e fazer uma reforma geral no RH (recursos humanos) do Estado.”