O Parlamento francês adotou, nesta terça-feira, um projeto de lei para pôr fim à exploração de hidrocarbonetos na França até 2040, uma decisão com importantes consequências industriais e ambientais que alguns políticos e ONGs consideram insuficiente.

Para concretizar a promessa do presidente Emmanuel Macron de “tirar a França das energias fósseis” (petróleo, gás, carvão, etc), o projeto de lei prevê a proibição de novas autorizações de prospecção de hidrocarbonetos, líquidos ou gasosos, inclusive no mar. Também não serão dadas novas autorizações para o carvão.

O texto estipula, além disso, que as autorizações de exploração já concedidas não serão renovadas para depois de 2040 e proíbe a extração de hidrocarbonetos não convencionais, como o gás de xisto, seja qual for o método utilizado.

Serão adotadas, no entanto, duas derrogações, para desgosto das ONGs ambientalistas: a produção poderá continuar depois de 2040 se o industrial que possui uma autorização não tiver coberto seus gastos em relação às suas prospecções anteriores; e será mantida a exploração de enxofre na bacia de Lacq, no sudoeste.

“O fim das energias fósseis está sendo escrito, e a Assembleia está escrevendo a primeira página”, comemorou após a votação o ministro da Transição Ecológica, Nicolas Hulot.

“É uma lei irreversível mas não brutal”, disse, embora tenha reconhecido que se tratou de uma “primeira etapa” já que o “texto não terá nenhum alcance se não forem adicionados a ele objetivos de redução de consumo de energias fósseis”.

A oposição de direita denunciou, por sua vez, “uma lei que debilitará” a indústria francesa, recordando que “a produção nacional corresponde a apenas 1%” do consumo francês de petróleo.