29/12/2020 - 8:46
A França estuda a possibilidade de impor novos confinamentos locais para evitar surtos da pandemia de coronavírus, que atingiu níveis alarmantes na Inglaterra e superou um milhão de casos na África do Sul.
As campanhas de vacinação aceleram na Europa e Estados Unidos para controlar o vírus, que matou mais de 1,7 milhão de pessoas – 186.000 delas na Rússia, que revisou e aumentou o balanço oficial – e infectou mais de 80 milhões, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) está preocupada com os próximos meses e alertou que pode ser “pior” do que o observado até agora.
A França, apesar das esperanças provocadas pelo início da campanha de vacinação, chega ao fim do ano sob a ameaça de um possível novo confinamento, que pode ser local de acordo com algumas fontes, e que está sendo examinado por um conselho de defesa comandado pelo presidente Emmanuel Macron.
Na última semana, o país registrou 12.000 casos novos de contágio por dia em média, muito acima da meta de 5.000 estabelecida pelo governo.
Na Inglaterra, o número de pessoas internadas por covid-19 superou o pico da primeira onda, com 20.426 hospitalizados na segunda-feira, e o número de contágios registrou um novo recorde em apenas um dia, com 41.385. Desde o início da pandemia, mais de 2,3 milhões de pessoas foram infectadas e 71.000 morreram vítimas do coronavírus no país.
“Agora estamos de volta ao olho do furacão com uma segunda onda de coronavírus varrendo a Europa e, de fato, este país”, declarou o diretor geral do NHS (Serviço Nacional de Saúde), Simon Stevens.
– Espanha recebe novas vacinas –
A Espanha recebeu nesta terça-feira mais de 350.000 doses da vacina Pfizer/BioNTech contra a covid-19, um dia depois de um incidente logístico na Bélgica que impediu sua entrega na manhã de segunda-feira.
Com mais de 50.000 mortes desde o início da pandemia, segundo a contagem oficial, a Espanha recebeu as primeiras doses no sábado, 26 de dezembro. A tão esperada campanha de vacinação começou no domingo, como na maioria dos países da União Europeia, e o país receberia na segunda-feira a primeira grande remessa.
Porém, a entrega na Espanha – e em outros sete países europeus não especificados – foi atrasada em 24 horas por um “pequeno problema logístico”, informou a Pfizer, que está distribuindo a vacina para toda Europa a partir de sua fábrica em Puurs, na Bélgica.
Belarus anunciou nesta terça-feira que iniciou a campanha de vacinação depois de receber o primeiro lote de vacinas russas Sputnik V.
Nos últimos dias foram enviados lotes de Sputnik V para a Argentina – até agora, o único país latino-americano que autorizou esta vacina e que recebeu 300.000 doses na semana passada – e para a Hungria. Moscou espera contar com “milhões de doses” para o próximo ano.
– Novas restrições na África do Sul –
Na África do Sul, o presidente Cyril Ramaphosa anunciou na segunda-feira novas restrições, que incluem a proibição da venda de bebidas alcoólicas e a obrigatoriedade do uso de máscara. O governo também ampliou o horário do toque de recolher em vigor.
A velocidade dos contágios é “particularmente alarmante”, afirmou o presidente, depois que o país se tornou no domingo o primeiro da África a superar um milhão de casos.
“Baixamos a guarda e agora pagamos o preço”, completou.
A Rússia anunciou na segunda-feira 26.000 mortes em novembro e 186.000 no decorrer do ano, o que significa que o balanço da epidemia de covid-19 no país triplicou depois que o instituto russo de estatísticas (Rosstat) adotou um sistema de registro mais próximo às normas internacionais.
Os dados transformaram a Rússia no terceiro país do mundo com mais óbitos provocados pela covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos (mais de 335.000 mortos) e do Brasil (mais de 191.000).
– OMS preocupada –
Apesar do otimismo motivado pela chegada das vacinas, Michael Ryan, diretor de Emergências da OMS, afirmou na segunda-feira que a pandemia, a pior dos últimos 100 anos, é um “sinal de alerta”.
“Esta pandemia tem sido muito dura. Circulou por todo o mundo de forma muito rápida e afetou cada canto do planeta, mas não foi, necessariamente, a pior”, advertiu Ryan.
Uma variante do coronavírus detectada recentemente no Reino Unido, e que seria mais contagiosa que a cepa original, já foi detectada em vários países de outros continentes, como por exemplo Canadá, Jordânia e Japão.
A nova cepa já estava presente no norte da Alemanha desde novembro, quando foi identificada em um paciente, informaram nesta terça-feira as autoridades de saúde do país.
A covid-19 fez mais uma vítima famosa, com a morte na segunda-feira do compositor mexicano Armando Manzanero, ícone do bolero, aos 86 anos.
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