14/10/2020 - 18:02
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira (14) que será decretado toque de recolher noturno em nove cidades do país, inclusive Paris, durante pelo menos um mês, devido ao aumento de casos do novo coronavírus.
“O toque de recolher durará quatro semanas e iremos ao Parlamento para estendê-lo até 1º de dezembro. Seis semanas é o tempo que consideramos útil”, disse Macron em uma entrevista transmitida pela televisão.
Este toque de recolher será aplicado entre as 21H00 e as 06H00 e entrará em vigor este sábado, detalhou Macron durante a entrevista televisionada. As pessoas que descumprirem serão sancionadas com multa de 135 euros (158 dólares).
“Devemos agir, a situação é preocupante”, disse o chefe de Estado francês, alertando que a segunda onda já está diminuindo no país.
Além da capital, Paris, o toque de recolher será aplicado a Lille, Grenoble, Lyon, Aix-Marselha, Montpellier, Rouen, Toulouse e Saint-Etienne.
Em Paris e outras cidades onde o vírus circula ativamente, bares e academias já foram fechados, e protocolos mais rígidos foram estabelecidos em restaurantes e shopping centers.
– “Continuaremos trabalhando” –
A medida tem o objetivo de limitar indiretamente as reuniões na esfera privada, onde as infecções se multiplicam.
Na prática, restaurantes, bares, teatros e cinemas deverão fechar às 21h00.
“Não poderemos sair do restaurante depois das 21h, não poderemos ir à casa de amigos celebrar, pois sabemos que é ali que mais nos contaminamos”, disse o presidente francês.
Durante o dia, a vida dos franceses não mudará.
“Vamos continuar a trabalhar, a nossa economia precisa, nós precisamos, os nossos filhos vão continuar a frequentar a escola”, explicou Macron, que recomendou o teletrabalho “duas ou três vezes por semana” nas empresas nas quais for possível.
Também não haverá restrições à circulação dentro do país.
O presidente também pediu aos franceses que limitem suas reuniões privadas a “um máximo de seis pessoas”.
A França, um dos países europeus mais atingidos pelo novo coronavírus, já contabiliza cerca de 33.000 mortes pela covid-19. O número de infecções tem aumentado constantemente nas últimas semanas, especialmente desde o retorno das férias europeias de verão.
Nas últimas horas, mais de 100 pessoas morreram de covid-19 e 193 foram internadas em terapia intensiva.
A segunda onda da epidemia aumenta a pressão sobre os hospitais, de modo que um terço dos leitos disponíveis nas cidades intensivas em todo o país já estão ocupados por pacientes com covid-19.
“Não perdemos o controle”, disse o chefe de Estado duas vezes, mas reconheceu que a situação é “preocupante”.
“Temos pelo menos até o verão de 2021 com esse vírus”, previu.