09/02/2025 - 16:55
O presidente Emmanuel Macron anunciou, neste domingo (9), investimentos em inteligência artificial (IA) na França estimados em 109 bilhões de euros (R$ 650 bilhões) “nos próximos anos”, na véspera da abertura de uma cúpula internacional em Paris dedicada a essa tecnologia.
O montante “equivale para França ao que os Estados Unidos anunciaram com o ‘Stargate'”, afirmou Macron, fazendo referência a investimentos por habitante, durante entrevista no canal público de televisão France 2, em alusão aos 500 bilhões de dólares (R$ 2,8 trilhões) em investimentos em IA anunciados pelo presidente americano Donald Trump.
Macron detalhou que se trata de “investimentos que serão feitos pelos Emirados Árabes Unidos […], grandes fundos de investimento americanos e canadenses”, e também por “empresas francesas”, como a operadora de telecomunicações Orange e o grupo de eletrônica Thales.
O valor inclui diversos anúncios de investimentos realizados nos últimos dias em torno dos centros de processamento dados, os gigantescos edifícios que armazenam dados e proporcionam a enorme capacidade de computação que a IA necessita.
Na quinta-feira, a Presidência francesa anunciou que um fundo de investimento dos Emirados construirá na França um “campus” dedicado à inteligência artificial que incluirá um grande “data-center”, o que representa um aporte “de entre 30 e 50 bilhões de euros” (R$ 178 e 298 bilhões).
Macron apresentou a França como um destino ideal para os investimentos nesses centros de dados que consumem muita energia devido à sua aposta na geração nuclear, que foi a principal fonte de produção de eletricidade no país (67,41% de total) em 2024.
Líderes políticos de todo o mundo e dirigentes do setor tecnológico se reúnem na segunda e na terça-feira em Paris com o objetivo de estabelecer um marco para a IA, uma tecnologia que tem revolucionado rapidamente muitos âmbitos da sociedade, mas sem frear o seu desenvolvimento.
No centro das discussões estarão as aplicações práticas desta tecnologia, sobretudo no mundo empresarial e em cibersegurança, mas também a busca por uma governança mundial sobre o tema.