A árbitra francesa Stéphanie Frappartentrará para a história nesta quinta-feira (01/12): no jogo entre Alemanha e Costa Rica, ela se tornará a primeira mulher a apitar uma partida da Copa do Mundo masculina. Ela também liderará o primeiro trio de arbitragem totalmente feminino no torneio, com a brasileira Neuza Back e a mexicana Karen Diaz como suas assistentes.

Ao todo, três árbitras foram escaladas para apitar no Mundial do Catar: além de Frappart, Salima Mukansanga, de Ruanda, e a japonesa Yoshimi Yamashita.

Antes do torneio, o presidente do Comitê de Árbitros da Fifa, Pierluigi Collina, quase parecia menosprezar o fato histórico de mulheres comandarem jogos da Copa do Mundo masculina.

Com assistente brasileira, Fifa nomeia primeiro trio de arbitragem feminino em Copa do Mundo

“Elas não estão aqui porque são mulheres, mas como árbitras da Fifa”, disse. Ele afirmou que a nomeação das mulheres é “prova de que é a qualidade e não o gênero” que conta.

“Modelo para milhões”

“Estamos mais sob os holofotes agora”, disse Frappart antes da Copa do Mundo. “Mas sempre defendi que deveríamos ser reconhecidas por nossas conquistas, e não por nosso gênero.”

Frappart, de 38 anos, apitou sua primeira partida masculina aos 19 e atua como árbitra em partidas internacionais desde 2011.

Apesar de seu 1,64 metro de altura, Frappart tem uma presença em campo que impõe autoridade, instruindo os jogadores com gestos enérgicos e recomendações claras. “Não sou alta. Não sou tão forte quanto alguns dos meus colegas homens. Mas eu me faço ouvir”, afirma.

Nos últimos três anos e meio, Frappart conquistou uma série de honrarias: arbitrar uma final de Copa do Mundo feminina pela primeira vez, tornar-se a primeira mulher a arbitrar uma partida masculina da Ligue 1 francesa, uma partida masculina da Champions League e uma competição masculina de qualificação para a Copa do Mundo.

Ela também se tornou a primeira mulher a arbitrar uma grande final do futebol masculino: a final da Supercopa da Uefa de 2019, entre Chelsea e Liverpool. “Já era hora”, disse na ocasião o técnico do Liverpool, Jürgen Klopp. “Estou muito feliz por podermos fazer parte deste momento histórico.”

Frappart sabe, então, exatamente o que é ser uma pioneira – e não dá muita importância a isso, porque na verdade é sempre um jogo como outro qualquer: “O futebol é o mesmo, as regras são as mesmas.”

Ela afirma que as árbitras fizeram grandes progressos nos últimos anos. “Não é mais uma surpresa ver árbitras em jogos masculinos.”