O inverno tem início na próxima sexta-feira, 20, às 23h42, pelo horário de Brasília. A estação deve apresentar temperaturas médias a mais altas na maior parte do País, especialmente entre o Paraná, o Sudeste, e o Centro-Oeste, onde os principais desvios de temperatura são esperados.

“Podemos ter eventos de onda de frio mais intensas, que podem avançar até a região central, mas não serão frequentes”, estima Paulo Lombardi, meteorologista da Tempo OK.

Conforme Lombardi, o fim do inverno, principalmente, será marcado por temperaturas acima do normal, devido a atuação de uma área de alta pressão na costa do Sul e do Sudeste.

No mapa da empresa de meteorologia, é possível observar que a maior parte do País será impactada por temperatura acima ou muito acima da média, incluindo as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte do Norte.

Durante o inverno, são esperados dias mais secos principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o que intensifica o alerta para a incidência de queimadas e cuidados com a saúde.

Espera-se também que muitas áreas do Sudeste e do Centro-Oeste possam sentir fortes ondas de frio que eventualmente avançam pelo interior do País.

“O sul de Minas Gerais, o Estado de São Paulo, o centro-sul de Mato Grosso do Sul são as áreas mais suscetíveis à geada quando ocorre a passagem das fortes massas de ar frio, de origem polar”, acrescenta a Climatempo.

Ainda conforme a Climatempo, algumas ondas de frio especiais podem levar o ar polar até para áreas da região Norte do Brasil causando o fenômeno da friagem que todos os anos se observa na região de Rondônia, no Acre e no sul do Amazonas.

Para algumas localidades como Roraima, extremo norte do Amazonas e a costa leste do Nordeste, região entre Natal e o sul da Bahia, o inverno significa muita chuva. “Uma época de transtornos com enchentes, alagamentos e deslizamentos de terrenos por causa do excesso de chuva”, alerta a empresa de meteorologia.

Conforme o mapa da Tempo OK, é possível observar ainda a expectativa para a incidência maior de chuvas ao longo do inverno em áreas das regiões Norte, Nordeste e parte do Sul.

Sem influência do El Niño e da La Niña

Neste ano, no hemisfério Sul, não haverá a influência de fenômenos como El Niño e nem La Niña.

“A temperatura da água do mar na porção central e leste do Oceano Pacífico equatorial, na Costa do Peru, deve se manter próxima da média. De modo geral, o inverno de 2025 tende a ser mais próximo das condições climáticas médias”, acrescenta a Climatempo.

Balanço do outono

O mês de março foi marcado pelo enfraquecimento do fenômeno La Niña e transição para neutralidade. “Com relação a chuva, os acumulados foram de abaixo a muito abaixo da média na maior parte do Brasil, com exceção do Pará, algumas áreas do Amazonas e Roraima, que encerraram o mês com volumes acima do normal”, disse a Tempo OK.

Já o mês de abril foi marcado pelo estabelecimento da neutralidade no Pacífico. Conforme a empresa de meteorologia, os acumulados de chuva ficaram de abaixo a muito abaixo da média entre o Norte e o Nordeste e na maior parte da região Sul.

Entre o Centro-Oeste e o Sudeste, houve chuva com volume de acima a muito acima da média, principalmente em Mato Grosso do Sul. “Já os Estados de São Paulo, Bahia e Goiás tiveram chuvas irregulares ao longo do mês e os acumulados ficaram aproximadamente em torno da média”, explicou a Tempo OK.

Enquanto isso, o mês de maio foi marcado pela manutenção da neutralidade no Pacífico. “Os acumulados de chuva ficaram entre muito abaixo da média e extremamente negativos na maior parte do Brasil. Apenas o Rio Grande do Sul e o litoral do Nordeste tiveram volumes acima do normal neste mês”, destacou a Tempo OK.

No Sul, as chuvas ocorreram de forma mais concentrada em dois eventos mais intensos.

“No geral, o outono foi marcado por chuvas abaixo da média na maior parte da estação. Apenas o mês de abril teve registro de acumulados entre a média e acima da média no Sudeste e no Centro-Oeste, devido a instabilidades que conseguiram avançar ao longo do mês”, disse Maria Clara Sassaki, porta-voz da Tempo OK.

Com relação às temperaturas, o mês mais frio foi abril, justamente pelo excesso de nebulosidade no Centro-Sul e o mês mais quente foi maio, marcado por dias de pouca nebulosidade e umidade mais baixa.

Entre maio e junho o destaque ficou para as massas de ar polar e a umidade deixada pela passagem das frentes frias que influenciaram em temperaturas bem abaixo do normal, tanto as mínimas quanto as máximas, segundo a especialista em meteorologia.

Outono foi marcado por duas ondas de frio

No fim de maio, a chegada de uma frente fria seguida por uma intensa massa de ar polar, que teve deslocamento pelo interior do continente, derrubou as temperaturas em diversas cidades do Brasil, incluindo o Estado de São Paulo. Diversas cidades registraram recorde de baixas temperaturas, incluindo a capital paulista, durante a primeira onda de frio do ano.

Na madrugada de 29 de maio, a primeira neve do ano chegou ao Sul do Brasil e transformou as paisagem de municípios gaúchos como São José Dos Ausentes, Bom Jesus e Cambará do Sul.

Ainda durante o outono, neste mês de junho, uma segunda onda de frio do ano atingiu o País e provocou queda de temperaturas novamente, especialmente em cidades do Centro-Sul do País. Desta vez, sendo mais longa, ou seja, durando mais dias que a primeira onda de frio registrada em maio. Também foram registrados recordes de frio em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.