Uma pesquisa do Japão apontou que a fumaça do cigarro pode matar as células das córneas, afetando não só os fumantes ativos, mas também os passivos. O estudo foi publicado na Scientific Reports, revista vinculada à “Nature”, e elaborada pela Universidade Farmacêutica Gifu, no Japão.

Segundo o levantamento, a fumaça do cigarro pode causar problemas na visão e, em casos extremos, levar à cegueira das pessoas. Isso porque a exposição aos componentes da fumaça gera um acúmulo de ferro, responsável por matar as células da camada externa do olho, o epitélio da córnea.

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Essa parte do olho é responsável por absorver nutrientes e oxigênio das lágrimas, protegendo contra infecções.

Os pesquisadores acompanharam em laboratório culturas de células do epitélio da córnea e induziram a parte delas um extrato da fumaça do cigarro e do aerossol do PTA. Os dois compostos continham a maioria dos ingredientes inalados pelos fumantes.

Pela análise, 24 horas mais tarde, o número de células mortas nas culturas expostas foi maior do que em relação às que não interagiram com as substâncias, segundo a Agência Einstein.

Ao entrar em contato com os componentes do cigarro, a ferritina dentro das células oculares se decompõe, liberando o ferro armazenado. O acúmulo deste, por consequência, prejudica as próprias células. Embora os resultados sejam importantes, os próprios autores destacam que mais estudos são necessários, principalmente em seres humanos, para confirmar os achados.

De acordo com Marco Antonio de Souza Alves, membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, os danos causados pela fumaça do cigarro, em geral, não são permanentes. “É uma lesão na córnea em uma camada mais superficial, que é o epitélio. Por isso, se regenera”, explicou ele para a Agência Einstein.