05/05/2020 - 20:00
Um funcionário de um depósito da Amazon em Staten Island, em Nova York, alvo de denúncias de trabalhadores por falta de proteção em meio à pandemia do novo coronavírus, morreu após contrair a COVID-19, informou nesta terça-feira (5) a gigante do comércio online.
“Lamentamos profundamente a perda de um funcionário em nossa instalação de Staten Island”, disse à AFP uma porta-voz da empresa, Lisa Levandowski, por e-mail.
A Amazon se tornou uma opção para os consumidores em quarentena ao redor do mundo e a empresa está contratando 175.000 novos funcionários para fazer frente à demanda crescente.
O funcionário trabalhou pela última vez em 5 de abril. No dia 11 teve confirmado o contágio pela doença e fez quarentena, segundo a Amazon, de propriedade do homem mais rico do mundo, o americano Jeff Bezos.
Cerca de quinze funcionários participaram de um protesto em frente a esta instalação da Amazon em 1º de maio.
“Queremos que fechem este local, queremos que o higienizem e o reabram quando estiver pronto, mas só depois de limpá-lo e quando os funcionários se sentirem seguros”, disse na ocasião Derrick, empregado da Amazon que não quis dar seu sobrenome.
Segundo Chris Smalls, um funcionário recentemente demitido da Amazon – segundo ele por incentivar os protestos, segundo a empresa porque contraiu o coronavírus e foi trabalhar assim mesmo, sem respeitar a quarentena -, disse que entre 50 e 60 funcionários do depósito de Staten Island tinham ou tiveram COVID-19.
“A Amazon investiu fortemente em medidas pró-ativas para proteger e apoiar a saúde e a segurança dos nossos funcionários”, insistiu a companhia em um comunicado.
“A taxa de infecção em nosso local de Staten Island se encontra significativamente abaixo da taxa de infecção na comunidade”, acrescentou.
Mais de 18.000 residentes da cidade de Nova York, epicentro da pandemia nos Estados Unidos, morreram de COVID-19 desde março.
Tim Bray, um respeitado engenheiro que foi vice-presidente dos serviços web da Amazon, renunciou na segunda-feira “consternado” com a demissão recente de três trabalhadores que questionaram as medidas de segurança no trabalho durante a pandemia.
Na França, a Amazon está em guerra com os sindicatos, que asseguram que a empresa não fez o suficiente para mitigar o contágio de funcionários que trabalham a menos de dois metros de distância uns dos outros para processar uma avalanche de encomendas em meio ao confinamento nacional.