O sindicato dos funcionários do Banco Central Europeu (BCE) estuda atos de protesto e não descarta fazer uma greve para pedir um aumento salarial de acordo com a inflação, informaram fontes sindicais neste sábado (10).

A direção da entidade propõe um aumento salarial de 4,07% em janeiro, um valor inferior à taxa de inflação interanual registrada em novembro na zona do euro, de 10%.

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Neste ano, os funcionários do BCE já tinham conseguido um aumento salarial de 1,5%.

“O BCE tem um problema porque não cumpriu sua missão relativa à inflação. Ao invés de controlá-la em 2%, estamos com uma taxa superior a 10%”, denunciou Carlos Bowles, vice-presidente do sindicato IPSO, que considerou o aumento proposto “insuficiente”. Em outubro, a inflação na eurozona chegou a 10,6%.

Em uma declaração transmitida à AFP, o BCE explicou que faz uma revisão salarial a cada ano e de forma regular, com uma metodologia que “reflete a dinâmica dos salários das instituições de referência, em particular dos 19 bancos centrais nacionais da zona do euro, da Comissão Europeia” e outras instituições europeias.

“Não descartamos uma greve mais adiante, mas depois de outras formas de protesto que poderiam ocorrer”, alertou o líder sindical.

Os funcionários do BCE já fizeram uma greve em 2009 para protestar contra uma reforma de seu sistema de pensões.