18/03/2022 - 20:47
O fundador do Telegram, Pavel Durov, disse nesta sexta-feira (18) que um problema com endereços de e-mails impediu a plataforma de receber as determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu o adiamento da decisão do ministro Alexandre de Moraes por alguns dias. Nesta sexta, o ministro do STF determinou a suspensão da plataforma no País por ela não atender decisões judiciais de bloqueio de perfis apontados como disseminadores de informações falsas.
“Parece que tivemos um problema com e-mails entre nossos endereços corporativos do telegram.org e o Supremo Tribunal Federal. Como resultado dessa falha de comunicação, o Tribunal decidiu proibir o Telegram por não responder”, escreveu Durov em seu canal do Telegram.
“Em nome de nossa equipe, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal por nossa negligência. Definitivamente, poderíamos ter feito um trabalho melhor”, disse o empresário russo.
Em fevereiro, o aplicativo cumpriu uma decisão judicial de bloquear perfis ligados ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. Durov disse que respondeu à Justiça brasileira com a sugestão de enviar futuras solicitações de remoção para um e-mail exclusivo para a isso.
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“Infelizmente, nossa resposta deve ter sido perdida, porque o Tribunal usou o antigo endereço de e-mail de uso geral em outras tentativas de entrar em contato conosco”, escreveu Durov.
Segundo o fundador do Telegram, dezenas de milhões de brasileiros usam o aplicativo para conversar com familiares e amigos, e pediu para o STF adiar a decisão por alguns dias.
“Peço ao Tribunal que considere adiar sua decisão por alguns dias, a seu critério, para nos permitir remediar a situação nomeando um representante no Brasil e estabelecendo uma estrutura para reagir a futuras questões urgentes como esta de maneira acelerada”, pediu Durov.
“Estou certo que, uma vez estabelecido um canal de comunicação confiável, poderemos processar com eficiência as solicitações de remoção de canais públicos que são ilegais no Brasil”, afirmou.
Durov disse que nas últimas três semanas a equipe de moderação de conteúdo da plataforma foi “inundada com solicitações de várias partes”.