A renda fixa seguirá oferecendo ao investidor brasileiro em 2025 a rara combinação de alto retorno e baixo risco que se viu na segunda metade de 2024, o que pode drenar recursos de investimentos considerados mais arriscados, como os fundos imobiliários (FIIs). Apesar disso, especialistas ponderam que há pontos que jogam a favor de uma parte dos FIIs.

Há oportunidades, dizem eles, pelo elevado desconto nas cotas, em especial no caso dos fundos de tijolo (que investem diretamente em imóveis), e pelo fato de fundos de papel, voltados a títulos imobiliários, se beneficiarem de juros mais altos.

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Os desafios no caminho

Uma das principais preocupações com os FIIs diz respeito à inadimplência de inquilinos e contratos, que tende a se intensificar em um cenário de taxa básica de juros, a Selic, mais elevada.

Além disso, a escalada no patamar da Selic, que pode atingir 15% ao ano em 2025, aumenta a atratividade de títulos públicos e reduz, por si só, o interesse nos FIIs.

Jefferson Honório, sócio da Brio investimentos, define o cenário para 2025 como “desafiador”.

“O mercado acaba cobrando mais prêmio de risco para um posicionamento, seja em FIIs, seja em bolsa, o que provoca uma correção nos preços dos ativos para acomodar um retorno requerido mais alto”, diz. 

Esse é um movimento que já vem acontecendo neste ano e que deve se manter no ano que vem. Até a última sexta-feira, dia 27, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) caía mais de 6% no acumulado do ano.

“Um dos principais motivos para a performance ruim do Ifix em 2024 foi o aumento da taxa de juros. O aumento do custo de oportunidade faz com que o valor presente dos ativos diminua, ou seja, seu preço caia”, explica Artur Carneiro, sócio-fundador da Éxes.  

Apesar disso, o momento traz algumas oportunidades em FIIs, segundo os especialistas, que frisam a necessidade de uma seleção cuidadosa de bons fundos imobiliários.

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