10/04/2025 - 7:30
O início de 2025 foi promissor para os investidores que possuem fundos imobiliários (FIIs) em suas carteiras. De janeiro até 7 de abril, o Ifix (principal índice do segmento na B3) acumula alta de 4,08%. Entre os dez FIIs que mais renderam no primeiro trimestre, todos tiveram um rendimento acima dos 20%.
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“Apesar de um mês de janeiro bem desafiador para a categoria, o encerramento do primeiro trimestre demonstrou um copo meio cheio. Tivemos uma performance favorável do Ifix, com um desempenho positivo em praticamente todos os setores. Houve uma retomada, especialmente entre fevereiro e março”, comenta Caio Nabuco Araújo, analista da Empiricus Research.
Dos dez FIIs que tiveram os melhores retornos no primeiro trimestre de 2025, oito são de tijolo, de acordo com levantamento exclusivo da Quantum para o Bora Investir.
“O desempenho foi bastante positivo em fevereiro para todos os segmentos – tanto os fundos de papel quanto os de tijolo”, analisa Eliane Teixeira, economista da Cy Capital, que completa: “o que observamos é que a resiliência da atividade econômica tem sustentado bons resultados para os fundos de tijolo, em especial os de logística, mesmo em um cenário que, à primeira vista, parece desafiador para esse tipo de ativo”.
O resultado vem apesar de mais uma elevação da taxa de juros por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e sem sinalização de um fim do ciclo de aumentos. De acordo com Araújo, mesmo com o patamar elevado da Selic, a política monetária foi favorável aos fundos imobiliários no primeiro trimestre.
“Alguns bancos revisaram suas projeções da Selic para a metade do ano, saindo de 16% para 15% ou 15,25 % e isso é positivo. Em termos de reforma tributária, tivemos a indicação de que os fundos imobiliários devem permanecer isentos. Além disso, o mercado imobiliário como um todo demonstrou resiliência”, diz.
O analista ainda ressaltou que, para a análise desse crescimento, é necessário entender o ponto de partida. “No final do ano passado, apesar de uma breve retomada dos FIIs, os fundos ainda estavam em um patamar de preço consideravelmente descontado”, completa.
Os FIIs de papel, tijolo e multiclasse que mais renderam no primeiro trimestre
Os FIIs de papel que mais renderam no primeiro trimestre
Os FIIs de tijolo que mais renderam no primeiro trimestre
Perspectivas para os próximos meses
Apesar do crescimento, Araújo entende que ainda é necessário avaliar quais vão ser os impactos da disputa comercial global na renda variável.
“No curtíssimo prazo, diante de todo o cenário de riscos, é possível que a gente tenha volatilidade. Esse contexto global que aumenta a volatilidade geral dos mercados, apesar de não ter impacto direto em fundos imobiliários, provoca uma aversão a risco, que afeta os ativos de renda variável”, conclui o analista da Empiricus Research.
Na mesma linha, Eliane acredita que o momento é de incertezas, mas também de oportunidades. “No Brasil, por exemplo, a discussão sobre o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda deve avançar na Câmara, o que pode reacender preocupações fiscais. Lá fora, a nova política tarifária dos Estados Unidos também tende a continuar gerando incertezas nos mercados. Apesar desse ambiente mais turbulento, ainda vemos boas oportunidades, principalmente para quem consegue separar o ruído de curto prazo das tendências mais estruturais”, finaliza a economista da Cy Capital.
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