Papéis avulsos

 

Depois de amargar um longo período de queda, as ações das construtoras Brookfield e Gafisa alegraram os investidores. Na terça-feira 9, as cotações subiram, respectivamente, 4,2% e 2,6%. Ambas divulgaram que os lançamentos no terceiro trimestre foram inferiores aos do mesmo período do ano passado, e isso agradou ao mercado. “Ao lançar menos prédios e se concentrar em vender os que já concluíram, as construtoras vão melhorar seus números”, diz Karina Freitas, da corretora paulista Concórdia. O número de lançamento da Gafisa, presidida por Alceu Duílio Calciolari, recuou 57%. Já a Brookfield reduziu seus lançamentos em 32,7%. Na avaliação do mercado, a companhia está, aos poucos, recuperando-se do impacto da crise. Outra notícia a movimentar o setor foi a aprovação, pelos acionistas da Rossi, de uma capitalização de R$ 500 milhões, por meio de uma emissão privada de ações. O impacto sobre os papéis foi pequeno – naquela data, as ações fecharam com uma leve queda de 0,41% –, mas o fato de os controladores estarem dispostos a reforçar o caixa mostra seu otimismo com o setor.

 

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Educação financeira

 

Em Os segredos dos casais inteligentes, Gustavo Cerbasi aborda aposentadoria, orçamento para a realização de projetos e planos de investimento para casais. Editora Sextante, 160 páginas, R$ 19.

 

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Touro x Urso

 

A direção do mercado nos próximos dias será definida apenas pelo noticiário. A tendência dos investidores é evitar assumir grandes riscos, dadas as incertezas do mercado internacional, especialmente na Europa.

 

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Varejo


Lojas Renner atinge cotação histórica 

 

As ações da Lojas Renner fecharam na quarta-feira 10 com alta de 1,9%, a R$ 76, maior cotação de fechamento da história da varejista. O valor de mercado chegou a um recorde de R$ 9,4 bilhões. Mesmo com as cotações em patamares elevados, o Bank of America Merrill Lynch recomenda a compra dos papéis, com preço alvo de R$ 85.

 

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Siderurgia


Cúpula da Usiminas vende ações e cotações derretem

 

As ações preferenciais da Usiminas caíram 7,2% na quarta-feira 10. A siderúrgica informou, discretamente, que seus conselheiros e diretores venderam, no dia 12 de setembro, 442 mil ações ordinárias, preferenciais e American Depositary Receipts (ADR), movimentando mais de US$ 1,6 milhão. A notícia caiu mal no mercado, seguindo a convicção de que, se os executivos, que são os mais bem-informados sobre a empresa, estão vendendo, os prognósticos não são bons. Procurada, a Usiminas não comentou o assunto.

 

 

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Bancos


Mais tempo para o Santander 

 

O Santander Brasil tem até 7 de outubro de 2013 para que 25% de suas ações estejam em circulação, percentual mínimo exigido pelo mercado. A autorização foi dada pela BM&FBovespa. Atualmente, o banco possui 24,4% de ações no mercado. Para chegar ao valor exigido, a instituição presidida por Marcial Portela não descarta a possibilidade de emitir novos papéis. O prazo poderá ser prorrogado por mais um ano, desde que o banco apresente os planos para chegar ao percentual necessário. 

 

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Destaque no pregão


Quem vai ficar com a Rede Energia?

 

O destino do Grupo Rede Energia, sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica, deve ser decidido nos próximos 30 dias. O cenário mais provável é a venda das oito companhias que formam o grupo, seguindo o exemplo da paraense Celpa, vendida para a Equatorial Energia em setembro. “A dúvida do mercado é se a venda será para um único investidor ou se será em lotes”, diz Rafael Dias, da BB Investimentos. Além da Equatorial, os candidatos à compra são CPFL, Cemig e a holding J&F. 

 

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Mercado em números


Ambev 

R$ 804 milhões - É quanto a cervejaria vai investir no Nordeste até o fim do ano. Os recursos são parte dos investimentos previstos de R$ 2,5 bilhões, em todo o País, em 2012.

 

CCR Nova Dutra 

R$ 350 milhões - É quanto a concessionária de rodovias pretende captar emitindo notas promissórias. Serão 70 títulos com preço unitário de R$ 5 milhões. 

 

Hypermarcas

R$ 200 milhões - É o montante em debêntures que a companhia quer pagar ou rolar para diminuir os custos de sua dívida. É a terceira operação do tipo em um ano. 

 

Guararapes

R$ 167,4 milhões - É o valor do financiamento aprovado pelo BNDES para a companhia. Mais de 90% serão dedicados à expansão e modernização da rede da Riachuelo. 

 

Profarma

15% - Foi para quanto a gestora GWI elevou sua participação na distribuidora de medicamentos. A compra foi feita na bolsa. A gestora detinha, anteriormente, 10% da Profarma. 

 

 

 

 

Pelo mundo


Empresas americanas devem menos

 

A redução do risco dos Estados Unidos fez com que a dívida privada americana caísse ao menor nível em seis anos, recuando US$ 4 trilhões em setembro, para um total de US$ 40,2 trilhões. Isso facilita o trabalho de Timothy Geithner, o secretário americano do Tesouro, que vendeu US$ 66 bilhões em títulos na semana até a sexta-feira 12.

 

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Russa Megafon prepara IPO

 

A segunda maior operadora de telefonia móvel da Rússia, a Megafon, prepara sua oferta pública inicial de ações na bolsa de Londres até o fim de 2012. A empresa deve captar até US$ 4 bilhões, por meio da emissão de recibos das ações listadas em Moscou.

 

 

 

 

Bankia vende dívidas

 

Para reforçar seu caixa, o banco espanhol Bankia vendeu US$ 162,5 milhões em dívidas de difícil recuperação. Ele é um dos quatro bancos com prioridade na ajuda de € 100 bilhões, que deve ser aprovada até novembro. Na quarta-feira 10, as ações subiram 3,9% para € 1,02. 

 

 

 

 

Personagem


SLC Agrícola faz hedge climático

 

A SLC Agrícola, produtora de algodão, soja e milho, foi a primeira empresa de commodities a ter ações negociadas em bolsa, no mundo. Listadas no Novo Mercado desde junho de 2007, as ações da companhia, que tem unidades em seis Estados brasileiros, subiram 64% desde o IPO. O diretor-presidente da SLC Agrícola, Arlindo Moura, falou à DINHEIRO:

 

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Arlindo Moura, presidente: diversificação geográfica como proteção para mudanças climáticas

 

Como surgiu a ideia de abrir o capital?

Analisamos várias opções para financiar nosso crescimento, como emitir debêntures e fazer empréstimos, e decidimos que a melhor alternativa seria abrir capital. Estamos no Novo Mercado desde junho de 2007, com ótimos resultados.

 

Qual a razão para esse desempenho?

Acreditamos que a alta deu-se pela escalada dos preços dos grãos, uma consequência da quebra da safra nos Estados Unidos, na Argentina e no Brasil devido a problemas climáticos.

 

Como se proteger das mudanças climáticas?

Além de termos nossas fazendas no cerrado, onde o clima não varia muito, apostamos na diversificação geográfica. Temos 14 fazendas em seis Estados brasileiros. Assim, se o clima prejudica uma região, as outras são favorecidas ou, pelo menos, não são afetadas. Esse posicionamento geográfico é o nosso “hedge” de clima.

 

Quais as outras formas de captação, além da bolsa?

Para financiar a safra, usamos principalmente empréstimos via crédito rural, fundos públicos e linhas de crédito internacional lastreadas em exportações. Para financiar investimentos, como silos e máquinas, recorremos aos BNDES. Como não existe crédito para aquisição de terras, a SLC criou uma subsidiária para desenvolvimento de terras chamada LandCo, que está sendo financiada pelo aporte de US$ 238,5 milhões, a ser pago até 2014, feito por um fundo de private equity inglês. 

 

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Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira