02/03/2015 - 9:47
O Galaxy S6 conta com uma estrutura metálica e uma versão com tela curva nas extremidades laterais, chamada de S6 Edge
A Samsung lançou, neste domingo 1, o sexto integrante da família Galaxy S, durante a Mobile World Congress, em Barcelona. O celular inteligente tem a tarefa de recuperar parte do prestígio perdido pela família no último ano. O Galaxy S5 vendeu 40% menos do que o esperado pela empresa.
O novo aparelho tem uma aposta mais forte em design em comparação com seu antecessor. Ele tem estrutura metálica e uma versão com tela curva nas extremidades laterais, chamado de S6 Edge. “O display curvo é muito difícil de fazer em escala”, afirma Roberto Soboll, diretor de mobilidade da Samsung Brasil. “Este será um grande diferencial do aparelho perante a seus concorrente.”
As duas versões do Galaxy S6 chegam em abril no Brasil. O preço não foi revelado, mas já se sabe que a edição com tela curva terá um preço maior que o de tela plana. Eles serão fabricados no Brasil.
Como de costume para a família Galaxy S, o smartphone de topo de linha tem uma configuração potente, com processador 50% mais veloz que seu antecessor. A tela tem resolução de 2560 pixels por 1440 pixels, praticamente o dobro da resolução full HD.
O aparelho também teve um ganho na câmera frontal, famosa pelo seu uso para as fotos chamadas de selfie. Ela passou a ter 5 megapixels de resolução e, segundo a Samsung, suas lentes e software vão ajudar na qualidade de imagem. A câmera traseira tem 16 megapixels, como o Galaxy S5.
O S6 também vai contar com a opção de carregamento sem fio. Sobre uma base, o celular recarrega sua bateria sem estar conectado. Outro diferencial é a função de carregamento veloz, que com 10 minutos na tomada entrega 4 horas de uso. No geral, a bateria tem capacidade 150% maior do que a do antecessor. “Existe uma combinação entre processador, tela e bateria”, afirma Soboll.
Ataque a Apple
Durante o lançamento, a Samsung deixou claro que está focada em ganhar mercado da rival americana. JK Shin, CEO e chefe de mobilidade, brincou dizendo que seu aparelho metálico não dobra no bolso, fazendo referência ao iPhone 6, que gerou polêmica por entortar devido a seu tamanho.
A coreana também confirmou rumores de que o Galaxy S6 chegaria para ser uma potência em pagamentos, entrando em colisão com o Apple Pay. A empresa adquiriu a startup LoopPay e integrou sua tecnologia ao aparelho.
Para receber um pagamento com o S6, no entanto, o lojista não precisa adquirir um novo terminal para o recebimento. Diferente do que é necessário para aceitar o Apple Pay. A solução da coreana funciona com as atuais máquinas de cartão. Hoje, a tecnologia da Samsung é reconhecida por 90% das máquinas de cartão no mundo.
Apesar da tecnologia estar nos celulares e também na bancada dos lojistas, é preciso criar a parceria entre Samsung e empresas bancárias. Segundo Soboll, a empresa está conversando com as marcas de cartões e instituições financeiras, mas ainda não há nenhum prazo para o lançamento aqui. “As conversas ainda são preliminares”, diz. “As instituições são conversadoras nesse tema.”
Em 2014, a Samsung havia entrado também no mercado da realidade virtual, com um Gear VR, que funcionava em conjunto com o tablet Galaxy Note. Agora, a empresa vai estender a experiência para seu o celular de topo de linha.
O Gear VR é um aparelho que funciona fixado a cabeça do usuário. Ele, no entanto, precisa estar integrado a um aparelho Galaxy Note ou, agora, Galaxy S6. Este mercado de realidade virtual também conta com a presença de Facebook e Sony.
Para virar o jogo
A Samsung está em um momento delicado em seu setor de mobilidade. A situação começou a ficar complicada no começo do ano passado e se intensificou no terceiro trimestre, quando os ganhos da divisão de smartphones da Samsung, liderada pelo executivo Jong-kyun Shin, reduziram-se em 74%, na comparação com o mesmo período de 2013. Vendas fracas e preços baixos contribuíram para uma margem de 7%, a menor desde que a Samsung começou a vender celulares inteligentes.
No geral, os lucros caíram pela metade, para US$ 4 bilhões. No anterior, a queda havia sido de 20%. A Samsung, no entanto, ainda mantém sua soberania no mercado de smartphones, com uma fatia de 25%, segundo a consultoria americana Gartner. Mas, trimestre a trimestre, vem perdendo terreno. Nos últimos 12 meses, sua participação de mercado diminuiu sete pontos percentuais.