29/04/2025 - 13:51
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou nesta terça-feira, 29, que a instituição faz e fez um ótimo trabalho na regulamentação e supervisão bancária, ao ser questionado sobre se a autoridade monetária teria demorado a agir em relação à operação do Banco Master. “O BC está sempre buscando melhorar, evoluir, produzir melhores resultados para a sociedade, esse é o objetivo aqui do BC. Então, claramente a gente vem em uma agenda que não vem só de hoje, ela é uma agenda de longo prazo, de aumentar a competitividade, fazer inovações”, citou durante entrevista coletiva para detalhar o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado no período da manhã pela autoridade monetária.
Sobre o mesmo assunto, o diretor de Fiscalização, Ailton Aquino, comentou que a regularidade das conversas do BC com associações representativas, como a Febraban e a ABBC, são naturais e democráticas. “Sempre vamos ver evoluções compatíveis, isso é normal, natural. Acerca das críticas do FGC, nós acompanhamos diuturnamente, e o diretor Renato (diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Gomes) também pontuou que pode ter inovações. As conversas com as associações, todas também são democráticas e concretas, e todos nós temos que olhar por fora, acerca da estabilidade da sua rede de proteção”, considerou, negando-se a comentar especificamente do caso do Banco Master.
O diretor ressaltou que há uma conclusão muito clara e solucionada sobre a solidez do Sistema Financeiro Nacional. “Eu continuarei fazendo uma defesa contundente, tanto da 5114 (que trata dos precatórios) como da regulamentação”, defendeu.
Na mesma linha, Galípolo acrescentou que a autarquia considera que o SFN está “absolutamente sólido.” “Nós não temos nenhum tipo de indício ou preocupação do ponto de vista de risco sistêmico para o sistema financeiro nacional”, disse, informando que a agenda do BC não tem alterações.
PAT
Projetos ligados a benefícios, como o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), são da alçada do Ministério do Trabalho, conforme reforçou Galípolo, durante entrevista coletiva para detalhar REF. “O ministro (Luiz) Marinho é quem realmente é o responsável pela formulação da política pública. O Banco Central, como vocês sabem, não desenvolve nem formula qualquer tipo de política pública nesse sentido”, respondeu a um jornalista.
O presidente do BC ressaltou, porém, que a instituição está sempre à disposição para colaborar no desenvolvimento técnico do que for necessário e também no momento em que os poderes democraticamente eleitos entenderem que devem assumir algum tipo de função a ser desempenhada. “Também cabe ao Banco Central desempenhar aquela função, desde que tenha as condições e os recursos para isso e que faça sentido.”
Trabalho para garantir acesso do cidadão a crédito de baixo custo
Gabriel Galípolo disse ainda que a autarquia tem trabalhado para garantir o acesso ao crédito de menor custo, com garantias. Isso deve ajudar a mitigar a alta do endividamento, que reflete muitas vezes o uso de linhas mais caras pela população, ele afirmou.
“É nesse sentido que a gente vem tentando trabalhar na agenda de inovações, para tentar substituir ou facilitar o acesso do cidadão que vai estar tomando crédito por um crédito de baixo custo, podendo oferecer garantias, mas que também os bancos possam entender que é mais simples ofertar essas linhas de crédito com mais garantias”, comentou o presidente do BC.
Na entrevista coletiva para comentar o REF do segundo semestre de 2024, Galípolo destacou que o aumento da renda das famílias no ano passado foi acompanhado por elevação do endividamento. Isso reflete o uso de linhas de crédito emergenciais, de alto custo, pela população, afirmou.