12/02/2025 - 12:43
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira, 12, que a proximidade do fim de guidance leva o “barco a balançar” um pouco mais, mas que o próximo passo do Comitê de Política Monetária (Copom) está dado. A autoridade monetária se comprometeu com mais uma elevação de 1 ponto porcentual da taxa básica de juros, atualmente em 13,25% ao ano.
“É óbvio que, a partir do momento que a gente vai chegando próximo do fim do guidance, a gente vai se distanciando da costa, vamos dizer assim, e o barco tende a balançar um pouco mais”, comentou Galípolo, durante seminário sobre Política Monetária Brasileira, promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG), no Rio de Janeiro. “Você vai passando a ter espectros possíveis que são mais amplos, mas eu acho que a gente ainda precisa de tempo e estar com a nossa rota de planejamento até a próxima reunião bastante definida, e vamos ganhar tempo para poder ver como esses dados vão reagir – e o que é sinal e o que é ruído”, continuou.
Galípolo relatou que chegou a ser questionado na terça sobre o motivo pelo qual o BC não decidiu por um aumento de 300 pontos-base numa só reunião, em vez da elevação de 1 ponto porcentual da Selic em dezembro, mais o comprometimento de que haveria mais duas altas da mesma magnitude na sequência.
Ele mesmo respondeu dizendo que o processo é dinâmico e que, às vezes, variáveis externas e internas podem ser alteradas no percurso. “Então você vai dando o antibiótico para o paciente a cada 12 horas para entender como é que o paciente vai reagindo e poder ter tempo para fazer esse tipo de análise”, ilustrou.
O diretor enfatizou que o Banco Central não tem como seu mandato a meta de reduzir a volatilidade do mercado, mas salientou que seria bom que a autoridade monetária também não agregasse oscilações. “Entendo que é normal que o mercado tenha uma função de reação, que é obrigado a fazer: ele não pode ficar parado, ou vai ser totalmente arrastado de um lado e de outro”, salientou, acrescentando, porém, que se o BC entrar em “estado de espelho”, sem saber quem é ele e quem é o outro, fará reflexos que vão repercutir e amplificar esta volatilidade. “É bastante importante que o nosso tempo seja um tempo de poder analisar como esses dados vão se depurar e andar ao longo do tempo e não fique produzindo mudanças de direção de maneira muito brusca”, concluiu.