05/03/2024 - 20:50
O Banco Central (BC) está bastante contente com o sistema de câmbio flutuante, disse nesta terça-feira, 5, durante palestra em São Paulo, o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo. “É uma linha de defesa do País. O fato de o câmbio estar menos volátil se deve a várias medidas macroeconômicas da Fazenda, do Banco Central, do governo”, afirmou.
Galípolo disse que o BC só vai atuar no câmbio quando perceber que há alguma disfuncionalidade. Afirmou que não existe um patamar de taxa que a autoridade monetária está perseguindo. Em sua visão, mesmo com o diferencial se fechado, o câmbio se mantém em um “bom patamar”. Segundo ele, não há uma meta de câmbio a ser seguida pelo BC, “estamos só olhando.”
O diretor voltou a afirmar que lá atrás, quando a autoridade monetária decidiu por adotar o forward guidance, o colegiado procurou mensurar o trade-off de se perder um pouco da liberdade no manuseio da política monetária vis-à-vis a redução da volatilidade dos mercados. Por enquanto, segundo Galípolo, o guidance funcionou muito bem a ponto de o BC ter se tornado “chato” no que diz respeito à volatilidade.
Ele disse também que a manutenção do guidance vai continuar observando a relação de ganhos e perdas entre menor liberdade e redução da volatilidade, mas que, se eventualmente vier a acontecer alguma mudança na orientação da política monetária, não significará necessariamente relação com uma taxa terminal de juros. “Mudanças no guidance não necessariamente significam uma correlação com a taxa de juros terminal”, disse o diretor de Política Monetária do BC.
Galípolo também reforçou que o BC adotou cortes de meio ponto porcentual na taxa Selic para ganhar tempo e ver como as coisas se desdobram. Ele também disse que, acima da manutenção do guidance, está a dependência de dados. “Faltam informações ainda para começarmos a tatear qual será a taxa terminal”, disse.
“Vamos continuar a escrever, e a dizer, que acima da manutenção do guidance está a dependência de dados”, disse. No tocante ao fiscal, Galípolo ressaltou que o BC tem repetido que não há relação direta entre a política fiscal e a monetária.
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