O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou nesta segunda-feira, 17, que o Brasil foi destino de 35% a 40% dos seres humanos que foram retirados de maneira violenta da África e escravizados. “Eram vistos como fator de produção, não como gente, pedaço da sociedade, ser humano”, disse.

A declaração foi feita no Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial, promovido pela Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, na Fiesp.

Segundo Galípolo, as escolas ensinavam uma narrativa eurocêntrica, que menciona que o País nasceu como uma extensão de um sistema econômico para atender as necessidades de demanda de outra sociedade, e não a própria – e por isso é importante entender a história e, a partir disso, tomar atitudes necessárias para que o futuro seja diferente do passado.

Galípolo mencionou que os concursos do BC passam a colocar em seus critérios parâmetros para olhar a questão da representatividade da sociedade brasileira. “Criamos em junho desse ano um primeiro grupo interdepartamental para pensar políticas de diversidade”, disse, ressaltando também que a instituição passou a ter o primeiro diretor negro, Ailton de Aquino Santos, na história do BC em 2023.

O presidente do BC elogiou Ailton, que chefia o departamento de Fiscalização. “Vocês não sabem como é importante ter um cara que nem o Ailton do seu lado. Não assuma a presidência do Banco Central sem o Ailton como seu lado. Não aceite esse convite”, brincou, enfatizando que Ailton sempre está trazendo alternativas e dando suporte.

Na ocasião, Galípolo não teceu comentários sobre a política monetária.