O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, repetiu nesta quinta-feira que nunca se sentiu constrangido ou influenciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o indicou ao cargo. “O presidente Lula sempre assegurou de toda maneira a liberdade e a autonomia plena para os diretores do Banco Central, mas faz parte do processo que você esteja disponível a sofrer todo tipo de crítica”, ele disse, em um evento da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ele afirmou que uma “fala de um líder político” pode acontecer, mas “não necessariamente influenciará a decisão que vai ser feita dentro do Banco Central”. E acrescentou que, na sua opinião, as críticas do governo têm sido feitas publicamente, o que é saudável.

Lula é crítico ao nível da taxa Selic, que considera alto. Em vários momentos, o chefe do Executivo afirmou que não há razão para manter os juros em 10,5%, nível em que está agora.

Quando citado como um nome cotado para suceder Roberto Campos Neto na presidência do BC, Galípolo apenas repetiu que a sucessão no comando da autarquia é um “não-tema” para os diretores. “A decisão é a decisão do presidente da República e que deve ser sancionada pelo Senado e é uma discussão que está estritamente nessas mesas”, ele afirmou.