A poluição plástica segue sendo problema ambiental crescente e desafiador. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a produção global ultrapassa 460 milhões de toneladas por ano e, desse montante, apenas 9% é reciclado.

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Uma série de iniciativas vêm sendo pensadas e implementadas com foco em minimizar esse problema. Uma delas está no interior do estado do Paraná. Um fabricante de barcos da cidade de Cianorte, a Fluvimar, tem usado garrafas PET no sistema de flutuação de suas embarcações. Com isso, a empresa diz retirar de circulação 3 toneladas de garrafas PET por ano.

Raquel Oliveira, CEO da Fluvimar, diz que essa prática é adotada pela fabricante há mais de duas décadas. “Antes do ESG ser popular, a gente já olhava para o meio ambiente com responsabilidade. O uso das PETs veio lá atrás, como uma alternativa eficiente, econômica e ambientalmente correta”.

A técnica não é necessariamente uma inovação. As garrafas recicladas são acondicionadas dentro de compartimentos localizados nos cascos das embarcações, o que garante a estabilidade e segurança para os barcos.

“A PET cria uma câmara de ar superleve e resistente. Não fura, não vaza e ainda ajuda a reduzir o uso de isopor, que é muito mais agressivo ao meio ambiente”, explica Raquel.

A linha de embarcações que vai de pequenos barcos a catamarãs capazes de transportar até 29 pessoas. As garrafas PET reaproveitadas compõem a base estrutural de diversos modelos fabricados pela empresa, desde plataformas e decks flutuantes até barcos de pesca, embarcações de transporte em rios, balsas menores e flutuadores laterais de barcos de apoio.

“Essas garrafas formam a base de flutuação de vários modelos que a gente fabrica. Hoje, o cliente quer mais do que um barco bonito ou robusto. Ele quer saber qual é a história por trás, como ele foi feito, qual o impacto que aquela compra está gerando. Esse olhar ambiental faz diferença, e para nós isso sempre foi natural”, afirma a empresária.