05/09/2025 - 6:30
O Gás do Povo, programa do governo federal lançando na quinta-feira, 4, prevê distribuir gás de cozinha para 15,5 milhões de famílias em todo o país até março de 2026. O programa é uma versão ampliada e ajustada do já existente auxílio-gás, que atende a 5,13 milhões de famílias. No modelo anterior, o benefício era pago em dinheiro. Agora, será oferecida a gratuidade na compra do botijão. O programa passará por uma transição gradativa entre a modalidade atual e o novo formato.
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A previsão é que os primeiros botijões comecem a ser entregues ainda em novembro deste ano. A estimativa é que 65 milhões de botijões de gás sejam distribuídos gratuitamente, por ano, para as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade para quem recebe o Bolsa Família.
O valor do benefício será definido a partir de um preço de referência por estado, calculado pelo MME e pelo Ministério da Fazenda, com base nos preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP).
O investimento do governo federal para 2025 é de R$ 3,57 bilhões, já previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA), enquanto a estimativa para o próximo ano é de R$ 5,1 bilhões.
No Brasil, cerca de 12 milhões de domicílios ainda utilizam lenha e gás de forma combinada para cozinhar, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre esses, aproximadamente 5 milhões são famílias de baixa renda — um universo de cerca de 15 milhões de pessoas que ainda recorrem à lenha, sobretudo devido ao impacto do botijão no orçamento familiar.
Veja como vai funcionar o programa Gás do Povo
Quando começa
O programa passará por uma transição gradativa entre a modalidade atual e o novo formato. A previsão é que os primeiros botijões comecem a ser entregues ainda em novembro deste ano e que, até março de 2026, atinja a 15,5 milhões de famílias em todo o país, o que corresponde a cerca de 50 milhões de pessoas.
Quem terá direito
O programa beneficiará famílias no CadÚnico, com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade para aquelas que recebem Bolsa Família.
Famílias com 2 integrantes receberão até três botijões por ano. Já as famílias com três integrantes receberão até quatro botijões por ano. Famílias com quatro ou mais integrantes receberão até seis botijões por ano.
A participação no programa pode ser acumulada com outros benefícios, auxílios e o Programa Bolsa Família.
Qual o valor
Para o beneficiário final, haverá uma espécie de “vale-gás” – que não poderá ser utilizado para outros fins. O programa não cobre o valor do frete e o beneficiário terá de arcar com esse custo, caso queira receber o botijão em casa.
O valor do benefício no programa será definido por estado e atualizado periodicamente.
Onde e como retirar
São quatro as possibilidades para a retirada do produto: uso de um aplicativo específico, um cartão próprio para o programa, QR Code via Caixa Econômica e cartão do Bolsa Família. O detalhamento dessas opções sairá antes de 30 de outubro, informou o governo.
O beneficiário vai retirar os botijões diretamente nas revendas credenciadas mais próximas de sua moradia, sem intermediários. A gratuidade será concedida no momento da compra, mediante validação eletrônica na revenda habilitada. Não haverá, portanto, qualquer pagamento em dinheiro no ato da retirada. O beneficiário disporá de um vale digital.
O vale eletrônico para desconto no botijão será emitido em nome do responsável familiar registrado no CadÚnico.

Como o beneficiário pode tirar dúvidas sobre o programa?
A qualquer momento do dia e da semana, o cidadão pode ligar no telefone 121 e tirar todas as dúvidas. O serviço ficará disponível 24h, sete dias por semana. Também será possível entrar em contato pelo canal FalaBR, do Governo Federal.
Empresas participantes
Os revendedores que desejam participar do programa deverão credenciar-se voluntariamente junto à Caixa Econômica Federal. As empresas revendedoras devem entregar o botijão ao beneficiário e serão “ressarcidas” pelo banco público no valor do preço de referência do GLP do estado de domicílio da família.
Ou seja, a Caixa, que já é operadora da atual versão do programa, liquidará diretamente o pagamento com os revendedores. A ideia é evitar novos intermediários.
Atualmente, o Brasil conta com quase 60 mil pontos de revenda. As distribuidoras terão o compromisso de fazer o programa ser ofertado em todos os municípios por meio de suas revendas e aqueles independentes.
Custeio do programa
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 prevê orçamento de R$ 5,1 bilhões para o novo vale-gás em 2026, o que, na visão do Executivo, é suficiente para garantir que todo o gasto com o programa esteja na previsão orçamentária do ano que vem.
A medida provisória que estabelece as bases legais para o programa “Gás do Povo” prevê que, além do orçamento federal, a política poderá ser custeada por entes federativos que firmarem termo de adesão com a União, “na forma estabelecida em regulamento”.
A região Nordeste concentra o maior número de famílias contempladas. A estimativa é de que mais de 7,1 milhões de lares sejam atendidos. Na sequência aparecem Sudeste (4,4 milhões), Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-Oeste (889 mil).
Entre as Unidades da Federação, oito estados terão mais de um milhão de famílias beneficiadas. São elas: Pará (1,11 milhão); Maranhão (1,01 milhão); Ceará (1,13 milhão); Pernambuco (1,14 milhão); Bahia (1,84 milhão); Rio de Janeiro (1,12 milhão); Minas Gerais (1,20 milhão); e São Paulo (1,87 milhão).
Segundo estimativas, São Paulo e Bahia terão os maiores números de famílias beneficiadas com o programa, em 1,87 milhão e 1,84 milhão, respectivamente. Outros Estados com os maiores números de beneficiários são: Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Todos acima de 1 milhão de famílias.