14/08/2025 - 22:11
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) emitiu um alerta sobre os riscos de segurança cibernética associados aos aparelhos de TV Box não homologados, também conhecidos como “gatonet”, que permitem o acesso a conteúdo pirata. Um estudo realizado pela agência e divulgado na última terça-feira, 12, identificou a presença de um software malicioso, o chamado malware, nos aparelhos InXPlus e TouroBox.
O malware identificado é o “Bad Box 2.0”, software que, segundo a Anatel, pode comprometer dados de usuários e a segurança das redes de telecomunicações, transformando os aparelhos em ferramentas que possibilitam crimes cibernéticos. O Brasil registrou 1,8 milhão de dispositivos infectados, sendo o País mais afetado, diz a agência.
A agência informa que o malware pode ser usado por criminosos para: tentar acessar contas com credenciais roubadas; gerar cliques falsos em anúncios; usar o dispositivo para realizar ataques DDoS (Ataque Distribuído de Negação de Serviço); ou transformar redes domésticas em instrumentos para atividades ilícitas.
A Anatel afirma que a ameaça do “Bad Box 2.0” é reconhecida mundialmente, com alertas emitidos pelo FBI, dos EUA, e por centros de segurança cibernética de países como Irlanda e Portugal. A agência também destaca que o Google entrou com uma ação judicial em Nova York contra os criadores do malware.
Riscos
Os dispositivos não homologados de TV Box, vendidos irregularmente, são amplamente usados para pirataria, mas a Anatel afirma que o problema vai além da violação de direitos autorais. Análises da agência indicam que esses aparelhos muitas vezes têm softwares maliciosos pré-instalados ou que são instalados remotamente.
Segundo investigações da agência, os dispositivos podem ser usados como pontos de retransmissão de tráfego para finalidades ilícitas, como manipulação de dados pessoais, fraudes na internet e acesso a sites sensíveis, como bancos e tribunais.
A Anatel afirma que o consumidor precisa se certificar que o aparelho de TV Box que está comprando é homologado. É possível consultar os dispositivos do tipo que têm homologação da agência neste link.
“A Anatel tem intensificado a fiscalização de dispositivos irregulares e investido no desenvolvimento de soluções tecnológicas para garantir um mercado digital seguro, transparente e em conformidade com as normas regulatórias”, afirmou o conselheiro Alexandre Freire, patrocinador do combate à pirataria na Anatel, durante a apresentação do estudo.
“A atuação da Anatel não se limita a normas: ela busca proteger os usuários contra fraudes e riscos cibernéticos”, disse a Superintendente de Fiscalização, Gesiléa Teles. “A sociedade precisa estar ciente de que não se trata apenas de um problema técnico, mas de um desafio que envolve segurança pública, proteção de dados pessoais e concorrência leal”, concluiu.
Veja as recomendações da Anatel para mitigar os riscos:
– Usar somente dispositivos homologados pela Anatel;
– Evitar fontes não confiáveis para baixar softwares ou firmware;
– Manter sistemas operacionais e softwares atualizados;
– Desligar dispositivos suspeitos que apresentem sinais de comprometimento.