07/03/2012 - 21:00
O Federal Bureau of Investigations (FBI), a polícia federal americana, está pedindo um help para o outrora inescrupuloso operador Gordon Gekko. O FBI contratou o ator Michael Douglas para reviver o protagonista do filme Wall Street – poder e cobiça, de 1987, e de sua sequência Wall Street – o dinheiro nunca dorme, de 2010. A agência quer usar o personagem que se tornou um ícone no mercado para sensibilizar operadores e gestores de fundos a não flertar com a ilegalidade nas negociações. Na propaganda, o veterano ator recorre a uma cena do filme na qual seu personagem diz a célebre frase “a ganância é boa” para denunciar que executivos agressivos como seu fictício Gekko, que enganam e fazem investidores perder suas economias, existem na vida real.
De mau exemplo a conselheiro: Identificação da imagem de Douglas com
o mercado levou ao convite do FBI.
Douglas recomenda que as pessoas compareçam ao FBI para dar pistas e denunciar fraudes financeiras ou o uso de informações privilegiadas (insider trading, no jargão em inglês). David Chaves, responsável pelas investigações de informação privilegiada do FBI, diz que procurou Douglas porque Gekko virou um personagem simbólico para esse tipo de crime. A interpretação de um operador que quer lucrar a qualquer preço deu a Douglas o Oscar de melhor ator, em 1998, duas décadas antes de a crise do subprime quebrar várias casas em Wall Street. Na mensagem para operadores e corretores, o ator lembra que Gekko, que na continuação Wall Street – o dinheiro nunca dorme aparece regenerado, denunciando a arapuca do subprime, acabou na cadeia no filme dirigido por Oliver Stone. Desde 2009, o FBI e a Promotoria em Nova York condenaram 50 profissionais por práticas de informação privilegiada.