06/04/2005 - 7:00
A trajetória do cinema americano é recheada de histórias envolvendo jovens idealistas que conseguiram vencer, apesar do ceticismo dos executivos de Hollywood. George Lucas é, sem dúvida, o melhor representante dessa estirpe. Em 1977, contrariando as regras vigentes à época, ele mostrou que uma boa idéia na cabeça combinada com doses generosas de efeitos especiais poderia ser a senha para o sucesso. Desde então, a saga da família Skywalker na luta do bem contra o mal já rendeu cinco episódios da série Star Wars (Guerra nas Estrelas, em português) e US$ 5 bilhões para a Lucasfilm e seus parceiros. Graças a uma engenhosa estratégia mercadológica, a venda de produtos (goma de mascar, cadernos, bonecos, games, entre outros) com a figura dos personagens totalizam vendas de US$ 9 bilhões no varejo. Mas, como acontece na maioria dos relacionamentos, chegou a hora de dizer adeus. O ?gran finale? atende pelo nome de Star Wars Episódio III ? A Vingança dos Siths. A história, que teve custo de produção em torno de US$ 100 milhões, mostra o nascimento do vilão Darth Vader e a criação do Império. A estréia mundial será em 19 de maio próximo.
Ao contrário do que aconteceu em 2003 com o Episódio II ? O Ataque dos Clones, que teve uma recepção fria para os padrões da série, a expectativa não é grande apenas entre os fãs. Os exibidores americanos vêem o novo filme como uma poderosa arma para estancar a queda de público nos cinemas dos Estados Unidos. O Episódio III deverá render US$ 1,5 bilhão apenas em licenciamento. No Brasil a euforia não é menor, apesar de as cifras esperadas serem mais modestas. A Redibra, que detém os direitos dos personagens, fala em vendas no varejo de R$ 20 milhões. ?Já fechamos 10 contratos com empresas de diversos segmentos?, conta Davi Diesendruck, diretor da Redibra. Por sua vez, a Fox Home Vídeo espera comercializar cerca de 500 mil cópias de DVD’s. ?Será um de nossos maiores sucessos este ano?, estima Herbert Viana Andrade, diretor comercial da Fox Home Vídeo.
Ao resgatar a atmosfera sombria de O Império Contra-Ataca, Lucas dá mostras de que não perdeu o faro empresarial. A tentativa de infantilizar a série (O Retorno de Jedi e O Ataque dos Clones) desagradou os adolescentes e adultos, o maior contingente de fãs de Star Wars. Dono de uma fortuna pessoal de US$ 3 bilhões, Lucas encerra a saga da família Skywalker mostrando aos chefões de Hollywood que ele é quem tinha razão. É que para viabilizar a série, em 1976, Lucas bateu à porta da Fox com a seguinte proposta: abrir mão do cachê de diretor em troca da participação na bilheteria e do merchandising envolvendo os personagens. Também tirou do próprio bolso US$ 2 milhões para completar o orçamento de US$ 12 milhões. Uma ousadia e tanto para a época.
US$ 1,5 bilhão de dólares é quanto deverá render a venda de produtos com a figura de personagens, como o temível Darth Vader (ao lado)