Nativos digitais, engajados em causas sociais e ambientais e em busca de empresas para trabalhar que tenham propósito. Ainda que valorizadas, algumas características da chamada Geração Z – nascidos entre 1997 e 2010 – ainda desafiam os modelos tradicionais de atração de talendo.

Pesquisa realizada pela consultoria holandesa Randstad, uma das maiores empresas de recrutamento e recursos humanos do mundo, mostra que 54% desses jovens estão ativamente em busca de novas oportunidades de emprego, mesmo quando já estão empregados.

A velocidade com que trocam de emprego também chama a atenção. Cerca de 22% dos profissionais dessa geração trocaram de emprego nos últimos 12 meses, tornando-se a geração com maior índice de movimentações.

A pesquisa mostrou ainda que nos cinco primeiros anos de carreira, os jovens da Geração Z são impacientes no que diz respeito a permanecer no mesmo lugar. Eles costumam ficar apenas 1,1 ano em cada cargo, enquanto os Millennials permanecem 1,8 ano, a Geração X 2,8 anos e os Baby Boomers 2,9 anos.

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“No Brasil, esse comportamento ganha contornos ainda mais desafiadores, já que os jovens buscam não só crescimento rápido e oportunidades reais de aprendizado, mas também ambientes de trabalho saudáveis e flexíveis”, destaca Wladimir Parada, diretor de Talent Solutions da Randstad Brasil.

Prioridades da Geração Z

No Brasil, o estudo mostra que o salário adequado continua sendo prioridade para 35% dos jovens. Mas, mais que remuneração, eles olham para fatores ligados à experiência de trabalho. Enquanto 46% valorizam a flexibilidade de horários, 38% destacam o crescimento pessoal e 73% desejam gerenciar equipes no futuro, número acima da média global.

“Esses dados reforçam que a Geração Z não vê o trabalho apenas como uma fonte de renda, mas como parte central de sua identidade e propósito. Eles querem crescer, liderar e, ao mesmo tempo, manter a qualidade de vida.”, complementa Parada.

Outro ponto que diferencia a Geração Z é a relação com a tecnologia. Globalmente, 75% afirmam usar IA para se requalificar, muito acima das demais gerações. No Brasil, esse movimento é ainda mais forte: 71% dos jovens já utilizam inteligência artificial em suas atividades de trabalho, enquanto a média global é de 51%. Além disso, 79% dos brasileiros dizem estar entusiasmados com o potencial da IA.

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O estudo aponta ainda que, globalmente, 41% dos entrevistados acreditam que não conseguirão o “emprego dos sonhos” por conta de sua formação, ou ausência dela. Esse sentimento reforça a importância de programas de requalificação e desenvolvimento contínuo como ferramenta de retenção.

“Se por um lado essa geração traz energia, novas ideias e domínio tecnológico, por outro, cobra das empresas uma postura clara em relação à inclusão, diversidade e saúde mental. Escuta ativa e cultura organizacional saudável não são diferenciais, são expectativas básicas para atrair e reter esses talentos”, finaliza o porta-voz.

O relatório “O plano da Geração Z para o mundo do trabalho: focado no futuro, em ritmo acelerado” foi realizado em 15 países com 11.250 trabalhadores, incluindo 750 brasileiros, analisando percepções, aspirações e desafios da Geração Z no mercado de trabalho. Clique aqui para acessar o estudo completo.