Nascidos entre 1995 e 2010, os integrantes da chamada Geração Z carregam uma característica que os distingue de todas as gerações anteriores: são os primeiros nativos digitais da história. Com trajetórias profissionais em construção e aumentando seu poder de consumo ano após ano, esses jovens começam a impor novas expectativas às marcas e serviços financeiros, o que tem redesenhado a maneira como o mercado entende e executa pagamentos.

E essa transformação não é pequena. Para a geração, dinheiro em espécie já é praticamente algo do passado. No Brasil, a preferência pelo Pix é evidente entre jovens de 18 a 28 anos, já que segundo dados levantados pelo LinkedIn News 44% afirmam não utilizar caixas eletrônicos para saques. Globalmente, a tendência também se confirma. De acordo com pesquisa do E-commerce Brasil, 91% da Geração Z já usam pagamentos digitais como padrão – seja via carteiras digitais, aplicativos bancários ou QR Codes.

Mas a relação dos chamados “GenZ” com o dinheiro vai além da tecnologia. Trata-se de uma mudança cultural. Para eles, conveniência, rapidez e transparência são tão importantes quanto a própria segurança financeira. Isso pressiona bancos, fintechs e instituições tradicionais a oferecerem soluções mais ágeis, integradas e, principalmente, conectadas aos valores pessoais desse público.

“A Geração Z não apenas adota novas tecnologias de pagamento, mas também redefine o que significa valor e conveniência. Eles esperam que as transações sejam não apenas rápidas, mas também alinhadas aos seus valores pessoais e sociais”, analisa Gustavo Fontes, head de Marketing da empresa de soluções financeiras Entrepay.

A nova mentalidade se estende também à maneira como lidam com seus dados. Iniciativas como o Open Finance, que permitem o compartilhamento de informações financeiras entre instituições de forma segura, têm mais aceitação entre os jovens do que entre as gerações anteriores. Para eles, ter mais controle e personalização compensa o ato de compartilhar dados, desde que isso lhes traga benefícios reais. A mensagem é clara: oferecer apenas métodos modernos já não é suficiente — é necessário criar experiências que façam sentido para quem cresceu em um mundo sem fronteiras físicas ou digitais.

“Para engajar efetivamente com a Geração Z, as empresas precisam ir além da funcionalidade. É essencial criar experiências de pagamento que sejam intuitivas, transparentes e que ressoem com a identidade única desses consumidores”, finaliza Fontes.