A Gerdau vai entrar com pedidos de defesa antidumping contra empresas asiáticas nos próximos meses tanto para aços longos quanto planos, informou nesta quarta-feira, 21, o diretor-presidente da siderúrgica, Gustavo Werneck, durante divulgação dos resultados do quarto trimestre da companhia. O pedido será feito ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

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De acordo com Werneck, a empresa esperava uma decisão do governo sobre o aumento da alíquota de importação para produtos siderúrgicos até o final deste mês, expectativa frustrada até aqui apesar do esforço intenso do Instituto Aço Brasil, entidade que representa as siderúrgicas, para sensibilizar o governo em relação ao pleito do setor.

Werneck comentou que a decisão da Gerdau “já está tomada” em relação ao próximo movimento da companhia para a adoção de pedidos de defesa antidumping. O executivo relembrou ainda que em 2022 a siderúrgica já havia feito um pedido semelhante para o aço laminado a quente, mas não foi atendida pelo governo.

Sobre o pleito daquele ano, Werneck disse ter recebido uma resposta do Getip (Grupo Técnico de Interesse Público), órgão do Mdic, que reconheceu que a Gerdau sofreu danos em seus resultados por conta de uma concorrência desleal, mas que não poderia atender ao pleito da empresa por conta de um “risco inflacionário” e prejuízos em outros setores da economia.

Descrença

“Estamos fazendo essas formalidades, mas estamos descrentes de que isso (uma aprovação) possa acontecer”, afirmou o executivo, acrescentando que uma tomada de decisão específica sobre o pleito demora em média 18 meses, o que seria um tempo muito longo para a urgência que o cenário atual enfrentado pela siderúrgica no Brasil exigiria.

“Pedimos que o governo coloque medidas de curtíssimo prazo como a elevação das tarifas para 25%. Quem sabe até a implementação de cotas”, disse Werneck.

O vice-presidente executivo de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Gerdau, Rafael Japur, afirmou que a empresa também avalia entrar com outras ações com mais companhias do setor.

“Estamos avaliando entrar com outras empresas com medidas de defesa contra a concorrência, mas não podemos detalhar quais são as linhas ou produtos. Estamos verificando taticamente a melhor decisão, tomando todas as precauções jurídicas e de governança.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.