O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou que, se o governo brasileiro não tomar medidas de defesa econômica, a empresa irá repensar o nível de investimentos no Brasil.

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O executivo lembrou que a companhia anunciou na quarta-feira, 19, uma previsão de investimentos de R$ 6 bilhões no país em 2025, mantendo o nível do ano anterior. Assim, ele diz que, para este ano, essa cifra deve ser mantida.

Eventuais reduções viriam para os próximos anos e, na visão de Werneck, o primeiro trimestre de 2025 é estratégico para que o governo brasileiro tome essa decisão.

“É frustrante ver que o governo brasileiro não é célere para tomar medidas de defesa comercial”, disse.

Ele pontuou que o governo norte-americano tem sido mais ágil nesse sentido.

Werneck disse que a companhia deixou de usar o termo proteção e passou a preferir o termo “defesa comercial“, por entender que a empresa é competitiva em cenários isonômicos, mas que a atual conjuntura exige mecanismos de defesa contra importações que não respeitam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Sempre competimos de igual para igual. Nunca precisamos de proteção. A questão é defender a indústria contra uma competição desleal”, afirmou.

Ele afirmou ainda que as empresas chinesas exportam aço subsidiado com dinheiro público.

O CFO da companhia, Rafael Japur, disse que a empresa poderia estar vendendo cerca de 10% a mais de aço no Brasil se importações não tivessem dobrado nos últimos anos.

Werneck afirmou que a empresa tem pela frente a conclusão do laminador de bobinas laminadas a quente em Ouro Branco (MG), com início previsto para fevereiro. “Vamos começar a operar laminador com dificuldade de vender”, disse, em referência à sobreoferta de aço importado no Brasil.

Ele explicou que a empresa já hibernou outra fábrica em Barão dos Cocais (MG), devido ao excesso de importações.

Investimento no México

Werneck afirmou ainda que a companhia segue estudando a possibilidade de investir em uma nova planta no México.

Japur diz que as condições mudaram desde que a companhia anunciou, em meados de 2024, que avaliaria esse investimento até o fim do ano.

O novo prazo para a decisão, agora, é junho de 2025.