Com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT vai retirar a cautelar que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a liberdade do líder petista. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 6, após uma visita a Lula feita pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e pelo ex-prefeito Fernando Haddad, escolhido para ser o vice na chapa.

“A decisão foi feita de forma consciente. Ele (Lula) abre mão de pedir a liberdade pelo compromisso com o povo brasileiro. Não vamos aceitar essa chicana de levar ao Supremo apenas para impedir o registro de sua candidatura”, disse Gleisi, na portaria da Polícia Federal em Curitiba.

No final de junho, o ministro Edson Fachin decidiu submeter ao Plenário do Supremo uma cautelar da defesa do ex-presidente que pedia a liberdade dele. Entre os advogados de Lula, há o temor de que essa a ação seja usada para discutir a elegibilidade, o que pode acelerar o processo em que a candidatura pode ser barrada. Fachin já salientou que gostaria de julgar a ação antes do dia 15 de agosto, prazo máximo de inscrição das chapas na Justiça Eleitoral.

“Para não correr risco, estamos retirando esse pedido porque a dignidade de Lula é hoje mais importante que sua liberdade. No dia 15, vamos dar registro à nossa chapa”, completou Haddad, que pode assumir a cabeça da chapa caso o ex-presidente seja impedido de concorrer.

Campanha

Os petistas salientaram ainda que vão insistir no pedido para que Lula participe de sabatinas e debates, inclusive o da próxima quinta-feira, na TV Bandeirantes. “A partir do dia 15, o código eleitoral é claro, ele é candidato e mesmo que impugnada no prazo legal, sua candidatura sob judice goza de todos os direitos de qualquer outra, inclusive de participar do programa de radio e TV”, disse Haddad.

Questionado sobre se será o representante petista nesses eventos caso o pedido não prospere, o ex-prefeito indicou que sim. “Estou candidato a vice e, tendo sido coordenador da campanha de governo, posso dar as explicações necessárias de como sair dessa crise gerada pelo governo e seus aliados”, disse.