04/08/2020 - 6:03
O grupo agroquímico alemão Bayer anunciou nesta terça-feira (4) um prejuízo líquido de 9,5 bilhões de euros (US$ 11 bilhões) no segundo trimestre, consequência do acordo assinado em junho nos Estados Unidos para solucionar os processos contra o glifosato e também da pandemia.
Em comparação, no segundo trimestre de 2019, a Bayer registrou um lucro de 404 milhões de euros (476 milhões de dólares).
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A forte queda é o resultado do “efeito excepcional” provocado pelo “acordo concluído no âmbito dos processos contra a Monsanto”, indicou o grupo em um comunicado.
A empresa assinou em junho um acordo de entre 8,8 e 9,6 bilhões de dólares para solucionar mais de 125.000 demandas nos Estados Unidos contra o Round’Up, pesticida a base de glifosato comercializado por sua filial Monsanto, adquirida em 2018.
Os demandantes americanos acusam este pesticida de ser cancerígeno, segundo a Circ (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), um braço da OMS.
O grupo com sede em Levekussen também foi afetado pela pandemia, que derrubou suas atividades no segundo trimestre, após um resultado positivo no primeiro trimestre.
A Bayer registrou uma queda de 2,5% no faturamento, a 10,7 bilhões de euros. A divisão farmacêutica, com perda operacional de 7,1%, foi particularmente afetada.
“As medidas de restrição de contatos adotadas ao redor do mundo levaram ao adiamento de muitos tratamentos”, afirmou o grupo.
A divisão agroquímica, motor do crescimento do grupo nos últimos trimestres, informa um aumento no volume de negócios, corrigido pelos efeitos cambiais e de mercado, de 3,2%
A pandemia levou a empresa a reduzir suas metas para 2020: a Bayer prevê um faturamento de entre 43 e 44 bilhões de euros, enquanto na estimativa anterior, de fevereiro, projetava entre 44 e 45 bilhões de euros.