A montadora de automóveis americana General Motors (GM) apresentou nesta quarta-feira às autoridades de mercados de capitais sua proposta de oferta pública inicial de ações (IPO, da sigla em inglês), uma das mais importantes nos Estados Unidos, segundo documento publicado no site da Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana).

A iniciativa deverá permitir ao governo recuperar uma parte dos 50 bilhões de dólares investidos para salvar a empresa.

Em comunicado publicado nesta quarta-feira, a GM afirma ter “registrado diante da SEC” seu projeto de entrada na bolsa, que comportará “ações ordinárias e preferenciais.

O documento apresentado menciona uma quantia máxima de 100 milhões de dólares, um montante teórico correspondente a um preço virtual de 1 centavo por ação.

“O número de ações oferecido será determinado pelas condições de mercado e outros fatores no momento da oferta. O número de ações e a banda de preços para a oferta ainda não foram determinados”, completa o comunicado.

O texto afirma ainda que a empresa pretende ser cotada nas bolsas de Nova York e Toronto.

A expectativa do mercado é a de que a GM capte entre 12 e 16 bilhões de dólares por meio do IPO, o que tornaria a operação a segunda maior já realizada nos Estados Unidos, depois do IPO da Visa em 2008.

O pedido de oferta pública ocorre quase uma semana depois de a companhia ter anunciado um lucro de 1,3 bilhão de dólares no segundo trimestre. A venda de ações é esperada para ocorrer ainda este ano.

Os executivos da empresa disseram por muitos meses que estavam planejando fazer a empresa retornar aos mercados, enquanto a maior fabricante de automóveis dos EUA procura pagar sua dívida com o governo, que a livrou da bancarrota durante a crise financeira.

O Departamento do Tesouro americano anunciou imediatamente depois do anúncio da oferta que se reserva o direito de manter em seu poder as ações da General Motors, da qual detém 60,8% do capital.

A negociação, prevista para o final do ano, provavelmente em novembro, “não comportará ações preferenciais do tipo A” que o Tesouro possui e que representam 2,1 bilhões de dólares.

“O Tesouro converva o direito, em todo momento, de decidir se participa da oferta e em que nível”, informou em um comunicado.

A venda das ações GM, ex-componente do prestigiado índice Dow Jones, do qual fazia parte desde 1925, deverá permitir ao governo reduzir sua participação no capital e recuperar uma parte dos cerca de 50 bilhões de dólares injetados na montadora no auge da crise.

A GM já havia reembolsado em abril empréstimos de 6,7 bilhões de dólares ao Estado americano; 1,4 bilhão de dólares ao Canadá e 1,3 bilhão à Alemanha.

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