Nova liderança, novos projetos, novos investimentos. A Gocil está alerta para os desafios da temporada 2023. Com 37 anos de atuação no mercado de segurança privada e multisserviços no Brasil, a empresa comandada pelo CEO Wilbert Sanchez pretende intensificar os esforços na área de inovação, além de ampliar seu pacote de produtos. “Fomos duramente impactados pelas restrições da pandemia e pela inflação do País, o que contribuiu com o fechamento de postos de trabalho”, disse o executivo. “Com a retomada dos serviços, queremos ajudar o nosso público interno e externo com o que há de mais inovador e moderno no mercado para melhorar a fluidez das operações entre os clientes e colaboradores.”

Como parte do processo de crescimento, a Gocil investiu recentemente R$ 5 milhões em novas tecnologias. Entre as iniciativas, a empresa adquiriu drones com tecnologia embarcada que permitem integrar sirenes de alerta, câmeras térmicas, lente teleobjetiva, e a possibilidade de alcançar até 72 km/h. Os aparelhos têm sido utilizados pelas equipes de segurança na prevenção e no atendimento a ocorrências. Outra medida foi a compra de motocicletas elétricas que reduzem a emissão de carbono por não fazerem uso de combustível fóssil, com autonomia de 100 quilômetros em uma única carga e velocidade máxima de 90 km/h.

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“Agora, o desafio para todos nós, como negócio, é não deixar que segurança e serviços sejam vistos unicamente como custos” Wilbert Sanchez CEO da Gocil.

Com a promessa de iniciar um processo de desenvolvimento e inovação constante para se tornar uma in company (modelo de qualificação interna dos colaboradores), a empresa voltou a contratar os funcionários dispensados durante a crise sanitária. A Gocil chegou a cortar 2,5 mil pessoas durante o auge da Covid-19, desembolsando quase R$ 30 milhões em indenizações. Atualmente, são cerca de 20 mil colaboradores distribuídos em 22 estados, atuando na área de vigilância (59,6%), multisserviços como limpeza e jardinagem (40,1%) e eletrônica (0,3%), além de aproximadamente 300 profissionais para a área administrativa. A carteira é composta por clientes públicos e privados com atuação nos diferentes segmentos da economia, do Hospital Israelita Albert Einstein à Nestlé, da estatal paulista de transportes CPTM à rede de shoppings Iguatemi. A diretoria também pretende ampliar a participação em estados das regiões Nordeste e Sul.

As iniciativas promovidas pela Gocil foram colocadas à prova nos resultados referentes a 2022. E parecem ter surtido efeito. A companhia faturou R$ 1,2 bilhão no período, montante 20% superior na comparação anual, o que abre perspectivas para novas aquisições no mercado, principalmente no segmento de cyber security, no qual Sanchez vê possibilidade de crescimento. As áreas de manutenção e limpeza também estão na mira, por “concentrarem apenas 7 mil do total de colaboradores”, segundo o CEO. “São segmentos que podem crescer bastante dentro da nossa carteira como cross-selling.” O aumento do investimento em eletrônica também está na mira. A ideia é complementar o cliente de patrimonial com uma solução de eletrônica. “Todo mundo quer falar sobre eletrônica como uma maneira de reduzir custo, sem reduzir funcionalidade. É isso o que vamos buscar”, afirmou o executivo.

COMANDO Sanchez assumiu o cargo em janeiro de 2022 em substituição ao ex-CEO Bruno Jouan que, a exemplo de toda a diretoria da Gocil, acabou dispensado pelo fundador Washington Cinel. Antes disso, em 2021, Jouan já havia demitido o CFO, o diretor de RH, o chefe de Operações e o diretor de Marketing. A medida fez parte de uma reestruturação geral para amortecer o impacto da crise sanitária nos negócios.

Além da redução do quadro de colaboradores e da mudança radical na cúpula, a Gocil renegociou pagamentos. Reflexos de uma rotatividade de 35% nos contratos, ante uma média histórica de 10%. Agora, são 1,1 mil contratos ativos no total. “No último ano, tivemos de recuperar a margem do negócio que tinha sido afetada pela pandemia”, disse Sanchez. “Agora, o desafio para todos nós, como negócio, é não deixar que segurança e serviços sejam vistos unicamente como custo.”