A Secretaria de Segurança Pública e Administração do Sistema Penitenciário de Goiás decidiu controlar o serviço de inteligência da Polícia Militar, criar um código de ética – que será mais amplo que o tradicional regulamento disciplinar das PMs – e ainda monitorar manifestações populares pacíficas com potencial de distúrbio, “para que apenas a Tropa de Choque possa intervir”, usando meios não letais.

As medidas são uma resposta do secretário de Segurança, Ricardo Balestreri, aos recentes episódios violentos envolvendo militares disfarçados (os chamados P-2) ou fardados. Um dos episódios que chama a atenção no momento é o das agressões a estudantes que participaram da greve geral na sexta-feira, 28, em Goiânia.

O estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG) Mateus Ferreira da Silva, 33 anos, que permanece em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), com politraumatismo. Ele precisou ter parte da face reconstituída após ser atingido pelo capitão Augusto Sampaio de Oliveira, que usou um cassetete.

Vídeos mostram os manifestantes se queixando, aos gritos, da presença de policiais militares “infiltrados” entre eles.

Morte

Em outro episódio, ainda mais grave, com a ação de três policiais disfarçados, em viatura descaracterizada que, durante uma suposta investigação, no dia 18 de abril, desligaram a energia de uma residência, arrombaram o portão e atiraram contra o mecânico Roberto Lourenço da Silva e o filho dele, o estudante Roberto Campos da Silva, de 16 anos, que acabou morrendo. Foi apurado que a investigação dos P-2 sequer tinha sido informada ao Comando e que eles entraram na casa errada.

“Não há como voltar atrás no ocorrido, mas podemos corrigir os rumos e é isto o que estamos fazendo”, afirmou o secretário.