07/04/2013 - 15:27
Aviação
A Gol Linhas Aéreas, finalmente, foi autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a unir suas operações com a Webjet, adquirida em julho do ano passado por R$ 43 milhões. O anúncio feito pelo Cade, na quarta-feira 10, contém uma restrição: manter uma meta de eficiência mínima de 85% nos voos operados no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Isso significa que, de cada 100 pousos ou decolagens previstos no terminal carioca, a Gol só pode cancelar no máximo 15.
Bancos
Jurinho de Dilma vai a 7,25%
O Banco Central continua alinhado à política de redução do custo do dinheiro no Brasil, uma saudável obsessão da presidenta Dilma Rousseff. Por cinco votos a três, os conselheiros do Comitê de Política Monetária do BC cortaram 0,25 ponto percentual da taxa básica, a Selic, para 7,25% ao ano. Sinal de que o risco de inflação, para o BC, é pequeno diante da morna atividade econômica.
Crescimento
E assim caminha a economia…
Uma grande parte do mundo voltará a crescer, discretamente, a partir do ano que vem. A afirmação é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê uma evolução de 3,3% no PIB global neste ano, e de 3,6%, em 2013. Já o PIB do Brasil, segundo o FMI, passará de 1,5% em 2012 para 4%, no ano que vem. Veja as perspectivas de crescimento em algumas economias:
Telefonia
Investimento mexicano a caminho
As operadoras Embratel, Claro e Net Serviços, controladas pelo bilionário mexicano Carlos Slim, receberão um megainvestimento de R$ 6 bilhões nos próximos meses. Segundo José Formoso Martinez, presidente da Embratel no País, a ofensiva do homem mais rico do mundo tem um único objetivo: garantir a participação de suas empresas dentro do concorrido mercado de telefonia. Na terça-feira 9, a Telefônica e a Oi confirmaram que o investimento na implantação da banda 4G no País será feito até abril, superando a casa do R$ 1 bilhão. No caso de Slim, como a receita de chamadas de longa distância estão em queda, fortalecer os negócios em celular e banda larga se mostra essencial.
Nomeação
Embrapa sob nova direção
A presidenta Dilma Rousseff nomeou, na quarta-feira 10, Maurício Antônio Lopes para a presidência da Embrapa. Lopes ocupava o cargo de diretor de pesquisa e desenvolvimento da estatal e substituirá Pedro Arraes, que pediu demissão do cargo no início do mês por estar insatisfeito com as críticas feitas pelo conselho da estatal aos procedimentos da Embrapa Internacional. Arraes também vinha sendo criticado pela perda de espaço da Embrapa no agronegócio para multinacionais como a Monsanto, Syngenta e Bayer: há cinco anos, sementes da Embrapa correspondiam a 50% da soja nacional. Hoje, a apenas 10%.
Números
R$ 30 milhões - foram emprestados pela Caixa, em agosto, para o financiamento estudantil, o Fies. O resultado representa um recorde histórico para essa modalidade da instituição.
US$ 143 milhões - foi o prejuízo líquido da Alcoa, maior produtora de alumínio do mundo, no terceiro trimestre, prejudicada pela queda no preço do metal e pela demanda global ainda fraca.
R$ 167,4 milhões – é o valor do empréstimo liberado pelo BNDES para a companhia Guararapes realizar investimentos de expansão, modernização e integração de processos entre as Lojas Riachuelo e a Guararapes Confecções, duas redes do grupo.
US$ 20 bilhões - serão investidos pela construtora brasileira Andrade Gutierrez em todo o mundo nos próximos anos, dos quais cerca de US$ 12 bilhões irão para projetos de infraestrutura no País.
US$ 30 milhões – é quanto a americana Mars, uma das maiores fabricantes de chocolate do mundo, pretende investir anualmente em produção de cacau em vários países, inclusive no Brasil.
13,6% – foi o aumento do fluxo de passageiros na Latam Airlines, companhia fruto da união da TAM com a LAN, em setembro.
Internet
Curtas
A TIM, operadora de telefonia, viveu uma semana agitada, por conta da ação movida na Justiça brasileira por sua acionista minoritária JVCO Participações, que acusa a matriz italiana de causar prejuízos bilionários a seus acionistas.
A Embraer, fabricante brasileira de aviões, registrou entre janeiro e setembro deste ano vendas de US$ 3,2 bilhões, contra US$ 2,4 bilhões de igual período de 2011. A China continua como maior comprador, com US$ 700 milhões.
A Samsung obteve lucro recorde no terceiro trimestre deste ano, de US$ 7,3 bilhões, quase o dobro do mesmo período de 2011. O resultado veio das vendas de tevês de última geração e do smartphone Galaxy.
Estratégia
Na Sony, a melhor defesa é o ataque
Seria natural imaginar que a japonesa Sony, depois de uma década perdendo espaço para a americana Apple e para a sul-coreana Samsung, além de acumular quatro anos prejuízos consecutivos, fosse reduzir suas operações em todo o mundo. Mas ocorre exatamente o contrário. Sob comando do CEO Kazuo Hirai, a empresa desembolsou US$ 1,8 bilhão apenas nos últimos três meses na aquisição de diversas empresas, em ramos como os de equipamentos médicos e jogos por meio de computação na nuvem. O mercado assiste à ofensiva com preocupação, mas Hirai já avisou: a melhor defesa é o ataque.
Entrevista
“O novo regime automotivo cria um cenário inédito”
Até agora, uma das maiores reclamações do setor automotivo era a falta de previsibilidade da legislação brasileira. Da noite para o dia, um novo pacote mudava as regras do jogo. O recente regime automotivo anunciado pelo governo cria regras claras para o setor, segundo Gábor Deák, presidente da Delphi América do Sul, uma das maiores fabricantes mundiais de autopeças.
Como o sr. avalia o novo regime?
A medida do governo cria um cenário inédito para empresas e montadoras: o planejamento. Temos regras claras para os próximos cinco anos. Muitas vezes, demoramos um ou dois anos para definir um investimento, cenário que deve mudar com a implementação das regras mais claras de nacionalização de veículos e de emissão, tanto para quem está no Brasil como para quem chega.
As vendas deverão crescer?
O incentivo não deve apenas aumentar as vendas da Delphi no Brasil. A necessidade cria um cenário de redução de custos e do desenvolvimento de novos produtos. Não existem matrizes aqui, apenas montadoras. Quem sabe, com esse novo regime, não chamamos os centros de pesquisa para cá. Acho que é um caminho inevitável.
Resumo da semana
Colaboraram: Bruna Borelli e Fernando Teixeira