A Gol anunciou nesta segunda-feira o lançamento de um plano financeiro de cinco anos destinado a permitir à empresa sair da recuperação judicial nos Estados Unidos e melhorar os resultados, processo que pode culminar com queda de margem em 2024 e redução no valor das ações da empresa.

A companhia aérea estimou que a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) deve cair para cerca de 23% este ano, mas em meio a esforços de “melhorias de resultados” esse patamar deve avançar para cerca de 29% em 2025, 30% em 2026 e 34% até 2029. Em 2023, a margem, recorrente foi de 32%.

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“As margens Ebitda serão impulsionadas, em parte, pela implementação de um programa anual de melhoria de resultado de cerca de 1 bilhão de reais, que permitirá à Gol manter uma vantagem competitiva sobre seus pares no custo unitário”, afirmou a empresa sem dar detalhes.

Parte do plano está baseado em um aumento de capital de 1,5 bilhão de dólares e refinanciamentos de 2 bilhões de dólares em dívida que deverão reduzir a alavancagem da empresa de cerca de 3,7 vezes no final de 2023 para 3,6 vezes em 2025, 2,9 vezes em 2026 e 1,7 vez em 2029.

A Gol anunciou na sexta-feira passada um programa de codeshare com a rival Azul. Gol e Azul são, respectivamente, a segunda e a terceira maiores companhias aéreas do Brasil em receita por passageiro por quilômetro. Cada uma tem cerca de 30% de participação no mercado doméstico, atrás dos 40% da chilena Latam, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A companhia aérea não explicou nesta segunda-feira o papel do acordo de codeshare no processo de recuperação de suas operações. A Gol está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde o início deste ano, ampliando um longo grupo de companhias aéreas do Brasil que acabou precisando de proteção da Justiça contra credores.

“O Plano de Reorganização estabelecerá os termos da reorganização da Gol e sua saída bem-sucedida do Chapter 11”, segundo a companhia.

A Gol afirmou ainda nesta segunda-feira que o plano prevê que a empresa terá 169 aeronaves em sua frota até 2029 ante 141 no final de 2023.